ATA DA SEXAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 27.05.1991.
Aos vinte e sete dias do mês de maio do ano de mil
novecentos e noventa e um, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio
Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Sexagésima Oitava Sessão
Ordinária da Terceira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às
quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Antonio
Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio
Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Giovani
Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, José Alvarenga,
José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz
Machado, Mano José, Nelson Castan, Nereu D’Ávi1a, Omar Ferri, Vicente Dutra,
Vieira da Cunha, Wilson Santos e Wilton Araújo. Constatada a existência de
“quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou à
Vereadora Letícia Arruda que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A
seguir, o Senhor Secretário procedeu à leitura das Atas das Sexagésima Quinta,
Sexagésima Sexta e Sexagésima Sétima Sessões Ordinárias e da Primeira Sessão
Extraordinária, que foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador
Cyro Martini, 01 Pedido de Providências e 02 Emendas aos Substitutivos n°s 01 e
02 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 14/91 (Processo 130/91) e
01 ao Projeto em questão; pela Vereadora Letícia Arruda, 04 Pedidos de
Providências, 01 Indicação e 01 Projeto de Resolução de n° 20/91 (Processo
n°1365/91) e pelo Vereador Jaques Machado, 07 Pedidos de Providências e 01
Projeto de Resolução de nº 18/91 (Processo n° 1351/91). Do EXPEDIENTE,
constaram Cartões: do Deputado Luiz Carlos Festugatto; e da Secretária de
Estado da Cultura. A seguir, o Senhor Presidente declarou empossado na Vereança
o Suplente Heriberto Back e, informando que Sua Excelência já prestara
compromisso legal nesta Legislatura, em razão do que ficava dispensado de
repetí-lo, comunicou que passaria a integrar a Comissão de Saúde e Meio
Ambiente. Na oportunidade, o Senhor Presidente respondeu Questão de Ordem
formulada pelo Vereador Clóvis Ilgenfritz, relativamente ao registro em Ata dos
Votos dos Senhores Vereadores quando da deliberação do Parecer n° 116/91, da
Comissão de Justiça e Redação, e acolheu Questões de Ordem dos Vereadores João
Dib e Clóvis Brum, sobre encaminhamento e resposta de convite ao Senhor
Prefeito Municipal para comparecimento à Casa. Em continuidade, a Requerimento
verbal, aprovado, do Vereador Clóvis Ilgenfritz, para inversão na ordem dos
trabalhos da presente Sessão, foi iniciada a PAUTA. Em Discussão Preliminar,
estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 89, 91, 93, 98,
100, 86, 61, 94, 85 e 78/91, o último discutido pelos Vereadores Leão de
Medeiros e Isaac Ainhorn, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/91,
tendo sido o último discutido pelo Vereador João Dib, os Projetos de Resolução
n°s 17 e 19/91, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 19, 20 e
25/91, e o Projeto de Lei do Executivo n° 10/91; em 2ª Sessão, os Projetos de
Lei do Legislativo n°s 22, 48, 54, 55, 64, 66, 69,49, 72, 81 e 83/91; os
Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 17, 18 e 21/91, e o
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 142/91; e,
em 3ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 15 e 16/91, os Projetos de Lei do
Legislativo n°s 56 e 80/91; e o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n°
24/91. Após, o Senhor Presidente respondeu a Questões de Ordem formuladas pelos
Vereadores João Dib e Clóvis Brum, relativamente a convite ao Senhor Prefeito
Municipal para comparecimento à Casa, e acolheu Questão de Ordem do Vereador
Artur Zanella, sobre necessidade de Sua Excelência afastar-se do Plenário
durante a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D’Ávila,
referindo-se à intervenção plenária do Vereador João Dib, hoje, em Pauta,
acerca de reajuste de vencimentos do funcionalismo municipal, declarou que o
Senhor Prefeito Municipal já deveria ter comparecido à Casa para tratar desse
assunto, instado que fora pelo Vereador Elói Guimarães. A seguir, o Senhor
Presidente ratificou resposta da Mesa a Questões de Ordem dos Vereadores João
Dib e Clóvis Brum, relativamente ao comparecimento do Senhor Prefeito Municipal
à Casa. Na oportunidade, o Senhor Presidente acolheu Questões de Ordem dos
Vereadores João Dib e José Valdir, ambas sobre a presença do Senhor Prefeito
Municipal na Cidade na noite do último domingo. Em prosseguimento, constatada a
existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e
Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo n° 180/90 e a Emenda de nº
02 a ele aposta, com Declaração de Voto do Vereador João Dib, após ter sido
encaminhada à votação pelo Vereador Clóvis Ilgenfritz. Na ocasião, foram
aprovados Requerimentos dos Vereadores Vicente Dutra, solicitando a retirada da
Emenda n° 01 aposta a este Projeto, nos termos do artigo 146 do Regimento
Interno, e Clóvis Ilgenfritz, solicitando dispensa de distribuição em avulsos e
interstício para a Redação Final do Projeto de Lei do Legislativo nº 180/90,
considerando-a aprovada nesta data. Em Votação, foi rejeitado o Processo n°
1090/91, de recurso do Vereador Giovani Gregol contra decisão da Presidência de
deferimento do Requerimento nº 123/91, por dez Votos SIM contra quinze Votos
NÃO e duas ABSTENÇÕES, com Declaração de Voto do Vereador Omar Ferri, após ter
sido encaminhado à Votação pelos Vereadores Giovani Gregol, Luiz Braz, Omar
Ferri, Vicente Dutra, Isaac Ainhorn, Leão de Medeiros e Lauro Hagemann, tendo
sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Isaac Ainhorn.
Votaram Sim os Vereadoes Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol,
João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Wilson Santos, Adroaldo Correa,
Heriberto Back e Edi Morelli, votaram Não os Vereadores Airto Ferronato, Clóvis
Brum, Isaac Ainhorn, João Dib, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Nereu D’Ávila,
Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Cyro Martini, Luiz Machado,
Jaques Machado, Elói Guimarães e Dilamar Machado, e pela Abstenção os
Vereadores Ervino Besson e Omar Ferri. Na ocasião, o Senhor Presidente
respondeu Questões de Ordem do Vereador Omar Ferri, acerca da possibilidade de
adiamento da votação do Processo 1090/91, e do Vereador Clóvis Brum, acerca da
forma de votação desse Processo; o Vereador Clóvis Brum solicitou a audiência
da Comissão de Justiça e Redação e da Auditoria da Casa quanto à forma de
votação do Processo n° 1090/91, e, ainda, os trabalhos estiveram suspensos por
um minuto, nos termos regimentais. A seguir, foram aprovados os seguintes
Requerimentos: do Vereador Artur Zanella, de Votos de Congratulações com o
Jornal do Comércio, por ter dado um destaque especial à coluna “Política”; com
as pessoas relacionadas em anexo ao Requerimento, por terem assumido a
Superintendência da RBS; com Jayme Sirotsky, por ter assumido a Presidência do
Conselho de Administração da RBS; com Nelson Sirotsky, por ter assumido o cargo
de Diretor-Presidente da RBS; com Fernando Ernesto Correa, Pedro Sirotsky,
Marcos R. Dvoskin e Carlos Melzer, por terem assumido os cargos de Vice-Presidentes
da RBS; do Vereador Clóvis Brum, de Voto de Pesar pelo falecimento de Antenor
Correa de Andrade; do Vereador Clóvis Ilgenfritz, solicitando que os Projetos
de Lei do Executivo n°s 06 e 08/91 sejam considerados em regime de urgência e
submetidos à reunião conjunta das respectivas Comissões; do Vereador Cyro
Martini, de Votos de Congratulações com Leci de Paula Rossales, por ter
assumido a Presidência do Clube de Mães Menino Jesus de Praga;com a Prefeitura
Municipal de Pelotas, pela inauguração do Centro de Integração da Criança e do
Idoso; do Vereador Isaac Ainhorn, de Voto de Congratulações com Raul Moreau,
Renato Ribeiro e Carlos Ribeiro, pela passagem do aniversário do Programa
“Manhã de Domingo”; do Vereador Leão de Medeiros, de Voto de Congratulações com
a Revista Perfil, pela edição de seu Décimo Primeiro exemplar e pelo transcurso
de seu aniversário; de Voto de Pesar pelo falecimento de Paulo Pilla; da
Vereadora Letícia Arruda, de Voto de Congratulações com a Rádio Liberdade FM,
pelo transcurso de seu aniversário; do Vereador Luiz Braz, de Voto de Pesar
pelo falecimento de Sinval Carvalho Selistre; do Vereador Luiz Machado, de Voto
de Congratulações com a Agência Centro do Banco do Brasil S/A, por designarem
uma caixa exclusiva para o atendimento de pessoas com mais de sessenta e cinco
anos de idade; do Vereador Mano José, de Votos de Congratulações com Eládio
Luiz da Silva Lecey, por sua promoção a Juiz de Alçada; com o SERPLAN, Serviço
de Orientação e Planejamento Familiar e com a BEMFAM, Sociedade Civil Bem-Estar
Familiar, pela passagem de seus aniversários de fundação; com o Conselho
Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul, pela passagem do “Dia do
Enfermeiro”; de Voto de Pesar pelo falecimento de Lyris Rosa Mariante
Lauermann; do Vereador Omar Ferri, de Moção de Repúdio manifestando a posição
contrária desta Casa à intenção do Governo do Estado de transferir a sede do
DEPRC para a Cidade de Rio Grande; do Vereador Wilson Santos, de Voto de
Congratulações com o Jornalista Vitor Moraes, por sua eleição e posse como
Presidente do Conselho Deliberativo da Associação dos Servidores Civis da
Brigada Militar. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Dilamar Machado teceu
comentários sobre decisão do Sindicato dos Municipários, de suspensão do seu
movimento grevista, questionando a política salarial a ser assumida a partir de
agora pelo Governo Municipal. Apelou por um contato desta Casa com o Governo do
Município, na busca de solução para a questão salarial dos municipários.
Discorreu sobre a crise que atualmente atravessa o País, analisando causas e
conseqüências da mesma, em seus aspectos político, econômico, social e
cultural. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Clóvis Brum discorreu acerca de
Requerimento de sua autoria,de convite ao Prefeito Olívio Dutra para que
compareça à Casa para debate sobre a questão salarial dos municipários.
Lamentou ainda não ter S.Exa. agendado tal audiência, declarando que, caso tal
não ocorra, procederá a uma convocação do Prefeito Olívio Dutra, conforme
constava originalmente em seu Requerimento. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador
João Dib discorreu sobre a tramitação, na Casa, dos Processos n°s 1115/91 e
1021/91. Atentou para a Questão de Ordem formulada anteriormente na Casa,
relativa à forma de reajuste adotada pelo Executivo Municipal para as tarifas
do DMAE. Comentou a votação, na última quinta-feira, dos Processos 1340/91 e
1296/91, analisando a política salarial adotada hoje pelo Partido dos
Trabalhadores com relação aos municipários. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Giovani Gregol reportou-se ao pronunciamento do Vereador Clóvis Brum, acerca da
votação, na Casa, do Processo nº 1296/91. Falou da greve geral ocorrida nos
dias vinte e dois e vinte e três do corrente e do movimento grevista levado a
efeito, na Cidade, pelos municipários. Lembrou a política salarial adotada
pelos Senhores João Dib e Alceu Collares quando à frente do Executivo
Municipal. Às dezessete horas e trinta minutos, constatada a inexistência de
“quorum”, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Airto Ferronato
e secretariados pelo Vereador Leão de Medeiros. Do que eu, Leão de Medeiros, 1°
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e por mim.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em função da Ata, ela é Reunião Extraordinária.
Segundo, não sei se foi pedido na hora – me parece que sim – que os votos
contra o Parecer nº 116/91 fossem anotados. Eu não sei se isso vai constar da
Taquigrafia, mas se puderem constar na Ata os votos nominais contra o Parecer,
gostaria que isso fosse possível. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Será deliberado.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, desejo uma
informação da Mesa no sentido de saber se foi encaminhado, na sexta-feira,
Ofício ao Sr. Prefeito convidando-o a comparecer neste Plenário. Se foi feito o
convite, qual a data que foi marcada.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, como autor do Requerimento, gostaria de saber quais as providências
tomadas pela Presidência da Casa em relação ao convite ao Sr. Prefeito.
O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): A Mesa dará a
resposta aos Vereadores João Dib e Clóvis Brum, em seguida.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de propor a inversão da ordem dos trabalhos,
ficando a Pauta em primeiro lugar, porque existe um acúmulo de projetos
correndo Pauta e achamos interessante inverter o processo de discussão.
O SR. PRESIDENTE: Primeiro, temos o Grande
Expediente, posteriormente a Ordem do Dia, depois Comunicações e, por último, a
Pauta. Qual a ordem de inversão que V. Exª propõe?
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Proponho, Sr.
Presidente, primeiro a Pauta, depois da Ordem do Dia, Grande Expediente e
Comunicações, porque na Ordem do Dia só há dois projetos.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do
Ver. Clovis Ilgenfritz. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO, contra o voto do
Ver. João Dib.
Passamos à
1ª SESSÃO
PROC. Nº 1273/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 089/91, de autoria do Ver.
Artur Zanella, que denomina Praça Emílio Olivo Sessa um logradouro público –
Bairro Farrapos.
PROC. Nº 1287/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 091/91, de autoria do Ver.
Artur Zanella, que denomina Praça Conselheiro Affonso Pereira da Fonseca um
logradouro público – Bairro Farrapos.
PROC. Nº 1173/91 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N° 003/91, que altera dispositivo do art. 36 da Lei Complementar n° 170, de 31 de
dezembro de 1987, alterada pela Lei Complementar nº 180, de 18 de agosto de
1988, modificando o § 4° e dá outras providências.
PROC. Nº 1290/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 093/91, de autoria do Ver.
Clóvis Brum, que dispõe sobre a suspensão temporária do pagamento da taxa de
água e esgotos ao Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) para munícipes
de desempregados e dá outras providências.
PROC. Nº 1360/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 098/91, de autoria do Ver.
Edi Morelli, que denomina Praça Normelina Lemes Muniz um logradouro público, no
Bairro Farrapos.
PROC. Nº 1369/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 100/91, de autoria do Ver.
Adroaldo Corrêa, que denomina Praça XX de Novembro, um logradouro público, no
Bairro Jardim Carvalho.
PROC. Nº 1324/91 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 017/91, de autoria da Verª
Letícia Arruda, que concede o título honorifico de Cidadã Emérita à Senhora
Raquel Cagi.
PROC. Nº 1354/91 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N° 019/91, de autoria do Ver.
Antonio Hohlfeldt, que concede o prêmio literário Érico Veríssimo à Professora
Universitária Maria da Glória Bordini.
PROC. Nº 1179/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 078/91, de autoria do Ver.
Nereu D’Ávila, que autoriza o Executivo Municipal a cercar o Parque
Farroupilha.
PROC. Nº 1182/91 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N° 025/91, de autoria do Ver. Décio Schauren, que torna obrigatória a inclusão de
dispositivos para a fixação de andaimes em edificações no Município de Porto
Alegre.
PROC. Nº 1234/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 086/91, de autoria do Ver.
Luiz Braz, que determina a execução do Hino Nacional Brasileiro antes do início
das aulas, na rede de ensino público municipal de Porto Alegre.
PROC. Nº 1009/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 061/91, de autoria do Ver.
Leão de Medeiros, que altera a localização da Praça Dr. Ernesto Correa, no
Loteamento do Parque do Arvoredo – Bairro Jardim Itu/Sabará.
PROC. Nº 1311/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 094/91, de autoria do Ver.
Vicente Dutra, que denomina Esplanada Eng° Ruy Tedesco um logradouro público.
(B. Praia de Belas)
PROC. Nº 1080/91 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 019/91, de autoria do Ver. Clóvis Brum, que dispõe sobre Tarifa de Água e
Esgotos, alterando dispositivo da Lei Complementar nº 170, de 31 de dezembro de
1987, e nº 180, de 18 de agosto de 1988, e dá outras providências.
PROC. Nº 1082/91 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 020/91, de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, que dispõe sobre Assessoramento
Técnico pelo Município aos Projetos de Iniciativa Popular.
PROC. Nº 1225/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 085/91, de autoria do Ver.
Gert Schinke, que institui o Programa Municipal de Ciclovias e dá outras
providências.
PROC. Nº 1232/91 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 010/91, que estabelece o
montante da reserva de Índices Construtivos para fins de alienação e o
respectivo Plano de Distribuição.
2ª SESSÃO
PROC. Nº 0850/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 049/91, de autoria do Ver.
Elói Guimarães, que acrescenta §§ 1º e 2º ao art. 7º da Lei n° 5.891/86, que
estabelece Metodologia para o Cálculo de Tarifas no serviço de Transporte
Coletivo por ônibus em Porto Alegre.
PROC. Nº 1222/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 083/91, de autoria do Ver.
Gert Schinke, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao
Senhor Flávio Lewgoy.
PROC. Nº 0410/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 022/91, de autoria do Ver.
Valdir Fraga, que altera a designação do logradouro público Estrada Barro
Vermelho para Avenida Barro Vermelho.
PROC. Nº 1107/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 069/91, de autoria do Ver.
Lauro Hagemann, que denomina Praça Professor Jorge dos Santos Rosa um
logradouro público – Bairro Rubem Berta.
PROC. Nº 0947/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 054/91, de autoria do Ver.
Nereu D’Ávila, que modifica o art. 1º da Lei nº 5.824, de 22 de dezembro de
1986, que “dispõe sobre a fixação do horário de atendimento ao público nas
instituições financeiras do Município de Porto Alegre” e acrescenta §§ 1º, 2º e
3º.
PROC. Nº 1056/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 064/91, de autoria do Ver.
Nelson Castan, que estabelece a gratuidade da passagem de ônibus do transporte
coletivo nos dias de eleição. Com
Emenda.
PROC. Nº 1081/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 066/91, de autoria do Ver.
Edi Morelli, que estabelece prioridade de atendimento, em todas as repartições
públicas municipais, estabelecimentos bancários e comerciais, às pessoas
idosas, às portadoras de deficiência física e às gestantes.
PROC. Nº 1142/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 072/91, de autoria da Mesa,
que oficializa a “Mostra Internacional de Cinema de Porto Alegre” e dá outras
providências.
PROC. nº 0995/91 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 017/91, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que altera dispositivo da Lei
Complementar nº 206, de 28 de dezembro de 1989 (Tarifa de Esgoto).
PROC. Nº 1104/91 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N° 021/91, de autoria do Ver. Décio Schauren, que dispõe sobre a denominação de
logradouros públicos e dá outras providências.
PROC. Nº 1210/9l –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/91, de autoria do Ver.
Jaques Machado, que denomina Rua Comendador Claudius Zaluski um logradouro
público, no Bairro Rubem Berta.
PROC. Nº 0948/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 055/91, de autoria do Ver.
Cyro Martini, que autoriza o Poder Executivo a criar o Programa Municipal de
Transporte Ecológico e Econômico – PROMTECO, e dá outras providências.
PROC. Nº 1029/91 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 018/91, de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, que define critérios para o
Programa de Regionalização e Descentralização Administrativa, nos termos do
art. 201 da Lei Orgânica Municipal, e dá outras providências.
PROC. Nº 0835/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 048/91, de autoria do Ver.
Edi Morelli, que as edificações destinadas a Shopping Centers e seus congêneres deverão ser providas de
ambulatório médico para atendimento emergencial.
PROC. Nº 2053/90 –
SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/90,
de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que dispõe sobre a obrigatoriedade da
abertura do comércio varejista do Mercado Público Central aos domingos, pela
manhã.
3ª SESSÃO
PROC. Nº 1181/91 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 016/91, de autoria do Ver.
Wilson Santos, que estabelece data para a comemoração do Dia do Policial, pela
Câmara Municipal.
PROC. Nº 1148/91 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 015/91, de autoria do Ver.
Clóvis Brum, que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Professora
Tânia Maria Heinrich.
PROC. Nº 0965/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 056/91, de autoria do Ver.
Cyro Martini, que autoriza o Poder Executivo a criar o Serviço de Ambulância e
Socorros de Urgência para as vilas populares – SASU, e dá outras providências.
PROC. Nº 1167/91 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 024/91, de autoria do Ver. Ervino Besson, que acrescenta parágrafo único ao
art. 11 da Lei Complementar nº 234, de 10 de outubro de 1990.
PROC. Nº 1199/91 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 080/91, de autoria do Ver.
Isaac Ainhorn, que denomina Rua Vincenzo Gallicchio um logradouro público,
localizado no Loteamento Jardim Vila Nova – Bairro Vila Nova.
O SR. PRESIDENTE: Primeiro Vereador inscrito em
discussão de Pauta é o Ver. Leão de Medeiros.
O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, vou ser breve. Posso ter surpreendido ao Ver. Vieira da Cunha e
outros por eu vir discutir a Pauta, mas venho com todas as razões e com todos
os motivos, pois não costumo discutir a Pauta, esperando as decisões de
Plenário. Mas venho à Pauta, pois um dos projetos que lá está é extremamente
polêmico. E até está redundando plebiscitos paralelos e particulares. Refiro-me
ao Projeto de autoria do Ver. Nereu D’Ávila que autoriza o Executivo Municipal
a cercar o Parque Farroupilha.
Este Projeto, a bem da verdade,
devemos relembrar que ressurgiu no noticiário da imprensa pela insistência de
um afamado cronista desta Cidade, respeitado e ex-Vereador, que preocupado com
o problema de segurança do Parque Farroupilha, como de resto, também, de todos
os parques públicos. Se houve da Segurança, também, pois é uma pessoa que atua
nesta área, trouxe para Porto Alegre, não é novidade, a defesa do seu ponto de
vista, de que estes parques, a exemplo de outros parques existentes no mundo
inteiro, venham a ser cercados e fechados. Essa celeuma tomou conta da Cidade,
os pontos de vistas contrários e a favor afloraram e redundou neste Projeto
autorizatório, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que é singelo porque não
obriga o Município a cercar o Parque Farroupilha. S. Exª poderia ter expandido
mais, cercar o Parcão, cercar o Parque Marinha do Brasil, os maiores parques da
Cidade. Mas ficou nisso S. Exª, porque este realmente é o cerne da discussão
que a Cidade assiste nos últimos dias.
As posições estão chegando até no
ridículo, já ouvi do alto da responsabilidade de um Secretário Municipal do
Meio Ambiente, certamente com espírito jocoso, que se deva cercar toda a
Cidade, a exemplo de um projeto mirabolante em Belo Horizonte, que no Brasil se
deva cercar todo o País, querendo levar para o ridículo uma proposta séria, de
discussão séria, e que está mobilizando, sim, toda a Cidade.
S. Exª também num debate propôs
um retrocesso, a criação de polícia montada da Brigada Militar com sede aqui no
Parque da Harmonia para cuidar de todos estes parques. Já vimos as idéias
intransigentes de alguns que são contrários ao cercamento desses parques,
alegando alto custo que uma despesa dessa enseje em detrimento de obras
públicas absolutamente indispensáveis.
Por isso venho à tribuna, como
homem especializado na área de Segurança, como homem preocupado com a violência
que campeia nossas áreas verdes para que não me submetam a nenhuma delas, nem
pelo cercamento intransigente do parque e nem pelo seu abandono assim como
está.
Acho que devemos, e toda a
comunidade deve, participar. É obrigação do Estado, e o Estado aí é o Estado do
Rio Grande do Sul, e o Estado-Município, de cumprir suas reais
responsabilidades, que é de proporcionar segurança aos seus cidadãos: aos
idosos, às crianças, àqueles que utilizam essas áreas verdes para seu lazer e
para a recuperação de sua saúde. Mas o Estado tão deficiente nessa
responsabilidade debita ao particular a discussão de um assunto que é
eminentemente seu, que é dar segurança, sim, aonde necessitar, dentro da
responsabilidade constitucional que tem. E o Município tem responsabilidade
nesse aspecto, Ver. João Dib, e dela não pode ser eximida. É responsabilidade
do Município, também e solidariamente, a guarda dos parques jardins e próprios
públicos municipais. E dentro desse diapasão, antes de gastar uma fortuna com
cercamento de uma área dessas, como certamente a de advir a do Parque Saint
Hilaire e outros tantos, se preocupar em dar condições para sua própria guarda
que tem responsabilidade para esse tipo de tarefa.
O Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Ver. Leão de Medeiros, o Jornalista Paulo
Sant’Ana, ao tempo que era Vereador nesta Casa, mais de uma década atrás,
tentou cercar o Parque Farroupilha e não teve apoio na população. Acho que está
V. Exª correto, quando diz melhorias no Parque, como iluminação e guarda
municipal, vão dar segurança que todos nós estamos procurando.
O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Agradeço o aparte de
Vossa Excelência. Só lembrando que a Reitoria da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, que não é uma entidade de segurança, resolveu se precaver ela
mesma, fazendo aquilo que o Poder Público não faz: criou a sua guarda
universitária, fardada, e por ser fardada ela não assusta ninguém, ou seja, assusta
o delinqüente. E está lá bem equipada, com cães. E certamente ali dá
resultados, no campus da universidade. E não precisa cercar, primeiro, antes de
discutir se cerca, não cerca; abre não abre; vamos dar aquelas mínimas
condições, para que não fique no estado de abandono assim como está. Quem é que
não sabe que a Redenção, assim como outros recantos, está tomada de vândalos,
pederastas, que na calada da noite fazem de tudo naqueles recantos? E por que
não usar a sua própria arma, que são os seus oitocentos guardas municipais,
para executarem esta tarefa? Não precisa, Ver. Isaac Ainhorn, Ver. Nereu
D’Ávila, gastar uma fortuna, vamos dar iluminação, vamos cumprir com a
obrigação de administrador, para que, aí, sim, se ela não funcionar, pensemos
em outras alternativas.
O Sr. João Motta: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Sobre o conteúdo desta discussão sobre segurança, eu
também concordo com esta posição contrária ao cercamento do Parque. É uma
posição individual, pessoal, minha. A Bancada, inclusive, nestes próximos dias,
deve dar a sua posição de Bancada. Portanto, o que está colocado para nós é
exatamente fazer esta discussão, o que deve ser melhorado em termos de
manutenção e defesa da área para possibilitar o livre exercício e acesso na
área de todos os cidadãos da Cidade de Porto Alegre, com segurança.
Faço este registro, ressalvando
que possa haver divergências sobre a segurança, que é outra discussão.
O SR. LEÃO DE MEDEIROS: E não se dê esta
responsabilidade para a Brigada Militar. A Brigada tem tantas outras coisas. A
carência de efetivo é de três mil homens, só em Porto Alegre. E a Guarda
Municipal são oitocentos. Proporcionalmente, a Guarda Municipal, para as suas
responsabilidades, tem condições de fazer muito mais por Porto Alegre, neste
aspecto de segurança, de policiamento de áreas públicas, que a própria Brigada.
Basta acreditar, basta dar força, basta dar apoio. É bom lembrar, Ver. João
Dib, que no passado a Guarda Municipal funcionava. Quem não se lembra, os mais
antigos, que ela circulava no Parque da Redenção de bicicleta, cuidando dos
canteiros, recolhendo as bolas de quem jogava futebol por ali. Hoje não tem
nada. Esta Guarda Municipal está arrasada, como arrasado está o servidor
municipal que está, aqui, aguardando uma posição da recuperação do seu salário.
Este órgão, sim, foi destroçado pelo Executivo.
O Sr. Artur Zanella: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, eu só queria lhe dar um conselho, quando V.
Exª fala em iluminar o Parque, deve primeiro conversar com os ecologistas,
porque, quando eu tratei deste assunto - e eu sugeri isso, anteriormente -, me
disseram que eu era contrário às corujas e outras aves.
O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Encerro, Sr.
Presidente, discutindo o Projeto do Ver. Nereu D’Ávila, dizendo que ele não me
satisfaz, nem a abertura autorizatória, nem o fechamento total dessa área. Sou
pelo policiamento, através da Guarda Municipal. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para discutir, Ver. Clovis
Ilgenfritz. Desiste. Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, ocupo este espaço exatamente para discutir a questão do Projeto do
Ver. Nereu D’Ávila, que está em discussão de Pauta, e que trata da autorização
para o cercamento para o Parque Farroupilha. Eu, pessoalmente, tinha uma
posição inicial sobre a matéria contrária ao cercamento do Parque, porque eu
entendia que o puro e simples cercamento não resolve o problema da segurança do
patrimônio daquele Parque à noite. Pelo contrário, agrava o problema da
segurança durante o dia. Acho que o orador que me antecedeu colocou bem algumas
questões, eis que é um homem da área de Segurança, conhecedor do assunto, e tem
consciência de que outras alternativas como melhor policiamento e melhor
iluminação pode ser o caminho. Até temos que buscar, no futuro, outras
condições, se estas questões básicas não forem examinadas.
Mas eu, neste assunto, gostaria
de trazer ao conhecimento da Casa que uma consulta popular foi promovida pela
Associação do Bairro Bom Fim, e tive a honra de participar da sua coordenação,
a respeito do cercamento ou não do Parque Farroupilha, que foi realizada ontem,
das 10 às 17 horas. Realmente, quero reconhecer que ela não é uma pesquisa de
caráter científico, com critérios, e, evidentemente, ela está sujeita a
críticas, porque faz parte e é da natureza do processo democrático. Mas o que
queríamos com essa consulta é estabelecer uma ampla discussão popular com a
comunidade a respeito do cercamento ou não do Parque. E a coisa foi tão
interessante, eu quero trazer ao conhecimento dos Vereadores aqui da Casa, que
realmente no processo de votação as pessoas praticamente que iam votar ficavam
discutindo; umas a favor e outras contra a proposta. Eu acho que isso é salutar,
positivo e altamente democrático. Infelizmente até houve críticas exatamente do
ex-Vereador Paulo Sant’Ana, que é um apaixonado pela idéia do cercamento do
Parque Farroupilha, e que deu uma posição definitiva em relação à pesquisa,
dizendo que ela estava monitorada, que estavam pressionando as pessoas;
absolutamente, nada disso houve. Pelo contrário, foi uma pesquisa muito aberta,
lisa e teve o caráter de consultar à população. Todo mundo que quisesse poderia
ir ali votar. Fazia-se o controle através de uma ata com o nome e a assinatura
das pessoas, exatamente para evitar que uma pessoa votasse duas vezes. E eu vou
trazer alguns dados para o conhecimento do Plenário. O número de urnas. Foram
colocadas quatro situadas nos seguintes locais: duas, na Henrique Dias, junto à
quarta Festa de Rua promovida pela Organização Sionista do Rio Grande do Sul,
festividade integrada dos eventos comemorativos ao 43º Aniversário do Estado de
Israel. Nas urnas localizadas na Rua Henrique Dias, a 1ª pergunta era a seguinte:
Você é favorável ao cercamento do Parque Farroupilha? (E notem o equilíbrio da
votação nas urnas localizadas na Rua Henrique Dias) Sim, responderam 400
pessoas. Não, responderam 398 pessoas e 2 em branco. Já a segunda pergunta: O
cercamento do Parque Farroupilha resolverá na Rua Henrique Dias o problema da
falta de segurança atualmente existente no Parque? Sim, 340; não, 477; brancos
16. Observem V. Exas que, mesmo aqueles que são favoráveis, aumentou
o número significativo “não”; enquanto o “sim” na primeira pergunta fez 400, o
“sim” na segunda pergunta fez 340, e o “não” aumentou e ganhou. Muitas daquelas
pessoas que queriam o cercamento reconhecem que o cercamento não vai resolver.
O Sr. João Dib: V. Exª me permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Ver. Isaac Ainhorn, tudo é olhar números. Na
primeira pergunta, 800 pessoas responderam, portanto eram 800 pessoas que
falaram; e, na segunda, há 833 no somatório. É exatamente porque não
responderam, é uma questão de cálculos. A primeira pergunta, 422, “sim”; e
“não”, 878; brancos, 9. A segunda pergunta: sim, 271; não, 935; brancos foram
39. O resultado final ficou 822 favoráveis; e contra 1.276; brancos, 11. Na
segunda pergunta houve: “sim”, 611; “não”, 1.452. Então, desse resultado final,
39% são favoráveis ao cercamento; 60% são contrários. Ao que se pergunta se o
cercamento resolve o problema de segurança, 68% responderam “não”; 29%
responderam que resolve. O que se observa? Isso foi feito sem recursos, com uma
maneira simples, não tem um caráter científico, porque não existe uma
metodologia de uso de diversas faixas. Foi uma consulta simples, por isso tem
uma natureza de consulta popular. Nela se obteve um resultado favorável à
posição “contrária ao fechamento”. Até registro que durante a parte da manhã
houve uma pesquisa da TVE, ao vivo, sobre a questão, em que a diferença
favorável foi de 100 votos. Esses resultados revelam que é altamente polêmico o
assunto.da Fundação Cultural Piratini - Rádio e Televisão – TVE –, ao vivo,
sobre a questão, em que a diferença favorável foi de 100 votos. Esses
resultados revelam que é altamente polêmico o assunto. Até diria que, na
pesquisa em que a relação foi 60x40, na relação de contrários ao parque, até
pode ter erros. Mas há um equilíbrio de posições, reconheço isso porque na
pesquisa da TVE houve uma inversão de dados, os 60x40 deu pela favorabilidade
do cercamento. A outra deu 60x40 contrários ao cercamento. Nós podemos
constatar que esta pesquisa serviu basicamente, e este foi o seu objetivo, em
estabelecer uma ampla discussão popular. É uma questão que temos que aprender,
nós que, aqui muitas vezes na Lei Orgânica queremos a participação popular, eu
entendo que este tipo de pesquisa, o plebiscito, o referendum sobre questões essenciais a determinadas comunidades,
quando atingem diretamente comunidades específicas, devem ser objeto de
pesquisas e de referendum popular.
O Sr. Luiz Machado: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Estou atento a sua manifestação em defesa do
não-fechamento do Parque. No ano passado, eu lembro que V. Exª e o Ouvidor do
Estado do Governo Simon estiveram no Parque verificando o abandono do Parque.
Eu recordo porque o Dr. Baquieri disse bem claro: em 24 horas vamos colocar
segurança no Parque para proteger o Parque. Nada foi feito, continua
abandonado. Então, nos resta, nós, homens públicos, apoiar o fechamento. Por
que não? Até mesmo porque a obrigação cabe, no momento em que não tem segurança
nem mais para o cidadão, proteger pelo menos o Parque.
O meu apoio é total ao Projeto do
Ver. Nereu D’Ávila e contra a idéia do Ver. Leão de Medeiros, porque a
Segurança Pública nós não temos nem mais para o homem em Porto Alegre, quanto
mais para o Sr. Ouvidor-Geral do Estado, pois a idéia só não foi para a frente
na integração Estado-Município por uma resistência da Secretaria Municipal do
Meio Ambiente a um projeto conjunto à época sobre este tema específico do
Parque Farroupilha. Acho que há prioridades. Esgotadas as prioridades, que na
minha opinião é policiamento e iluminação, então, nós temos que pensar em
outras alternativas. A grande realidade é que, pura e simplesmente, o
cercamento não vai resolver o problema da segurança. Não resolveu no Parque
Ibirapuera em São Paulo, onde é cercado, e o problema da segurança permanece
dentro do Ibirapuera. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Respondendo às Questões de Ordem
dos Vereadores João Dib e Clóvis Brum, informamos que o Presidente da Casa já
fez contato com o Sr. Prefeito Municipal e a data, provável, da sua presença
aqui na Câmara Municipal será no dia 31 de maio de 1991, sexta-feira, às 10
horas. Esta data depende de confirmação.
O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente para efeitos de presença na Lei Orgânica, para
justificar que eu não estarei na Ordem do Dia, porque, como Vice-Presidente da
União dos Vereadores do Estado do Rio Grande do Sul – Uvergs, e a convite do
Sr. Governador do Estado, estarei às 15 horas na instalação do Conselho do
Desenvolvimento. Infelizmente, terei que sair agora, mas gostaria que fossem
consideradas e aceitas as minhas desculpas.
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o Prefeito Olívio Dutra não virá a esta Casa antes do dia 31 de
maio, porque parece que o problema suscitado na Cidade, em que os municipários
transferem a solução para a Câmara Municipal, não chegou lá, na casa dele. Na
verdade, ele foi tratar de assuntos políticos no meio da greve e vai tratar de
problemas administrativos no sábado e domingo, em Brasília. Mas, de qualquer
forma, Sr. Presidente, se ele não é atento com os municipários, ele é atento
com as tarifas do DMAE. Está na Casa, hoje, em primeiro dia de Pauta, um
Projeto de Lei que altera a Lei Complementar nº 100, que estabelece como se
reajusta a tarifa de água. E como ele está preocupado, uma vez que foi retirado
pelo Governo o Índice de Preços ao Consumidor – IPC, ele já está buscando
solução para que o DMAE continue com muito mais dinheiro, sem fazer as obras
necessárias a esta Cidade.
Mas eu quero lembrar a esta Casa
que, há algum tempo atrás, nós advertimos o Prefeito pela cobrança indevida na
tarifa de água e, agora, ele está, então, com muita atenção, até mandando um
Projeto de Lei modificando o sistema de cobrança. Mas o Prefeito, se tivesse
sensibilidade, estaria nesta Casa hoje, mesmo que não tivesse ido o convite
para ele. Eu perguntei, hoje de manhã, ao Presidente da Casa se havia sido
encaminhado o convite e ele disse que o Prefeito chegaria ao meio-dia de hoje.
Mas, mesmo que não tivesse ido o convite, ele estaria nesta Casa porque há um
problema sério.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): V. Exª está falando em tempo de Liderança ou discussão de Pauta?
O SR. JOÃO DIB: Estou falando na discussão da
Pauta.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Se é Pauta, me
perdoe V. Exª, mas não está na Pauta; está discutindo outro assunto que poderá
ser discutido logo mais.
O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Ver. João
Dib, a Questão de Ordem é com a Presidência e não com o Vereador que se
encontra na tribuna.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Foi feita a Questão
de Ordem à Mesa.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Clovis Ilgenfritz também
errou, porque tinha que se dirigir à Presidência.
Ver. Clovis Ilgenfritz, a sua
Questão de Ordem, qual é?
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): O assunto que está sendo tratado pelo Vereador que está na tribuna não
se refere à Pauta.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Clovis Ilgenfritz, a Mesa
recebe a sua Questão de Ordem, e faz apelo ao Ver. Dib que se cinja ao tema da
Pauta e dos Processos que se encontram na Discussão Preliminar de Pauta.
O SR. JOÃO DIB: Nobre Vereador-Presidente, nobre
Ver. Clovis Ilgenfritz, estou discutindo a Pauta, o Projeto nº 003/91, do
Prefeito Municipal, Projeto de Lei Complementar do Executivo que altera a
tarifa d’água. Agora, para que eu critique os critérios dele, eu sou obrigado a
dizer que ele não cumpre lei. Ninguém vai me ensinar como usar a tribuna. Já
alertei várias vezes que o orador não estava tratando do assunto, mas eu estou.
Estou dizendo que o Prefeito foi advertido por esta Casa por cobrar
indevidamente a tarifa d’água. Estou dizendo que ele, se fosse sensível,
estaria nesta Casa, mas é sensível com a tarifa de água e não com os servidores
municipais. Estou dizendo que o Prefeito, num processo que ali está, editou um
Decreto depois de fechado o comércio do “Tesourinha”. Então, quem se preocupa
seriamente em aumentar a arrecadação do Município, e tão-somente aumentar a
arrecadação e chorar as misérias, será este que eu devo saber como vou discutir
os seus problemas? E o mesmo Prefeito que gastou dois mil cruzeiros para cada
exemplar que foi distribuído - e por burrice porque aquele material ninguém lê
-, mas ele gastou esta quantia para dizer que as receitas próprias do Município
aumentaram 57%, enquanto a receita própria do Município do Ver. João Dib, então
Prefeito, decresceram 13,8%. Apenas um fez as obras, cuidou dos municipários e
teve sensibilidade.
Perdoe-me V. Exª se eu perdi a
paciência, porque eu não preciso ser advertido. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a Pauta. Com a palavra
o Ver. Nereu D’Ávila, em tempo de Liderança.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nós temos entrado em alguns assuntos nesta Casa em períodos
equivocados. Eu acho que quando nós discutimos alguma coisa, seja Ordem do Dia,
seja Pauta, nós temos que obedecer ao esquema da discussão. Eu, agora, fui
praticamente constrangido a entrar no vácuo do Ver. João Dib, porque ele, sob a
circunstância de discutir a Pauta, entrou num assunto relativo aos
municipários, coisa que terá que ser tratada hoje, mas que ia ser tratada em
bloco, pelas Lideranças. Eu até concordo com o mérito do que diz S. Exª porque,
na verdade, nós temos repetido que o discurso é uma coisa e a prática política
é outra.
Então, agora, podemos fazer uma
equiparação, por exemplo, em atuação, em vontade política, inclusive em
deliberação do que acontecia com esta Casa, em respeito a esta Casa, quando era
Prefeito o atual Governador Collares. Por quê? Porque eu creio que um Prefeito
da Cidade não está distante da sua Câmara de Vereadores, pelo contrário, há que
haver uma harmoniosa convivência. Então não há necessidade nem de convocar nem
de convidar S. Exª para vir aqui. S. Exª sabe que no primeiro dia de greve,
quando os municipários lotaram o Plenário novo, o Ver. Dilamar Machado
solicitou à Comissão de Justiça que desse um Parecer a respeito das perdas
salariais e ao mesmo tempo, instou ao Sr. Prefeito que viesse a esta Casa. E vamos
falar claro agora, na verdade, no outro dia, o que aconteceu foram desculpas de
S. Exª para não vir à Casa dialogar. Então, ficou a matéria na Comissão de
Justiça e o Plenário votou pelo Parecer da Comissão de Justiça, da lavra do
Ver. Omar Ferri, acusando o descumprimento da Lei e da bimestralidade.
Passaram-se 18, 20 dias, e S. Exª não se dignou a comparecer a este Plenário
para dialogar com os 33 Vereadores desta Casa. Ora, salvo melhor juízo, o
Prefeito está desconsiderando a sua Câmara de Vereadores; eu digo a sua, não
dele, mas do povo de Porto Alegre, onde o Poder Executivo e o Poder Legislativo
compõem um poder único, no sentido de governar a Cidade juntos. Porque o
sistema representativo tem vasos comunicantes entre o Executivo e o
Legislativo, principalmente em nível municipal. Há algum munícipe ou
contribuinte desta Cidade que duvide que S. Exª não sabe que a Câmara quer
dialogar com ele? Ora, vamos parar com as ingenuidades! S. Exª está
postergando, está ganhando tempo, tempo que eu não sei, agora, que tempo é,
porque os municipários tomaram uma decisão no fim-de-semana passado: terminaram
a greve, voltaram ao trabalho e recusaram todas as propostas. Permanecem em
estado de greve, mas com o trabalho. Então, não há nenhuma desculpa mais para
Sua Excelência. E eu não via nenhum prejuízo, durante o período de greve, que o
Prefeito viesse aqui e dissesse que não podia pagar ou que a proposta de 24
passava para 25, a de 30 não aceitava ou que ia pensar. Agora, não o fez. Foi,
sem sobra de dúvidas, uma desconsideração de Sua Excelência. Agora existe um
convite, aprovado por esta Casa na sexta-feira. Agora ficamos na formalidade.
Ora, eu não estou nem preocupado com o Ofício, eu estou preocupado é que não há
mais nenhuma dúvida de que S. Exª não está com vontade política de vir discutir
com esta Casa. O Prefeito não quer vir pelo menos dizer que não aceita a
proposta. Aliás, os 41% que ele ofereceu e que os municipários rejeitaram, ele
disse que era – para usar o termo do Ministro Magri – “imexível”, o que também
escandalizou, porque de uma administração que se diz dos trabalhadores, creio
que o diálogo deve ser o fundamento da questão e não uma intransigência, que
colocou os funcionários sem nenhuma alternativa.
Eu encerro, Sr. Presidente, a
pedido do Presidente do Sindicato dos Municipários, Sr. Darwin Ribas, que está
solicitando às Lideranças que tentem um contato com S. Exª, o que, de nossa
parte, logo aceitamos essa incumbência. Esperamos que S. Exª não tenha a mesma
desconsideração com os Líderes como teve com o todo, com os 33 Vereadores desta
Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa quer ratificar a
informação do Ver. Airto Ferronato, inclusive em respeito às Lideranças da
Casa. O Prefeito Olívio Dutra viajou, na sexta-feira pela manhã, a Brasília,
retornando nesta segunda-feira, ao meio-dia. Esta Presidência fez um contato
por telefone, na sexta-feira, com o Chefe de Gabinete da Prefeitura, Sr.
Ricardo Lima...
(Aparte anti-regimental do Ver.
João Dib.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, não dei aparte, é
uma informação de Presidência, está votado pelo Plenário o pedido de Licença do
Sr. Prefeito, é explícito que o retorno do Prefeito dar-se-ia ao meio-dia de
hoje. Este é o informe oficial. O que tenho do Gabinete do Prefeito é que, às
17 horas, de hoje, a Srª Diretora estará no Gabinete do Prefeito para confirmar
a data, que alvitramos seja sexta-feira pela manhã, tendo em vista que há uma
série de Requerimentos de Srs. Vereadores, aprovados por esta Casa, para uma série
de visitas ao Plenário. Se o Sr. Prefeito quiser vir antes, melhor, apenas
teremos de remanejar o calendário antecipadamente previsto pela Casa. Como
quinta-feira é feriado municipal, não temos Sessão naquele dia, o que nos levou
à marcação para sexta-feira pela manhã, o que nos pareceu o mais tranqüilo para
que a Casa e o Gabinete do Prefeito se preparassem para o encontro, com frutos
para aquilo que todos nós queremos buscar. Essa é a posição que quero
transmitir aos Srs. Vereadores. Agora, se o Prefeito ou as Lideranças
entenderem de que deva acontecer uma Sessão especial a qualquer momento, a
Presidência, humildemente, estará à disposição para que se busque essa
viabilização.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, eu desejo que a Ata registre que no domingo, à noite, o Prefeito
estava em Porto Alegre, contraditando V. Exª, porque, talvez, eu esteja mais
bem informado.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, não tenho serviço de
informações, realmente, cinjo-me ao que foi votado pelo Plenário e que diz que
o Prefeito volta ao meio-dia de hoje, e foi a informação do Gabinete. Não tenho
o que discutir com V. Exª, apenas fiz o registro que me competia.
Questão de Ordem, com o Ver. José
Valdir.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, só para informar
ao Ver. João Antonio Dib que, domingo à noite, tive uma reunião, enquanto Líder
de Bancada, com a Coordenação de Governo, e, quem estava como Prefeito era o
Vice-Prefeito Tarso Genro, no exercício do cargo de Prefeito. Então, eu acho
que o Serviço Nacional de Informações – SNI, do Ver. João Antonio Dib está
informando mal.
O SR. PRESIDENTE: Ver. José Valdir a Mesa,
igualmente, recolhe a informação. Não tem o que contraditar. Ficam apenas os
dois registros.
Nova verificação de “quorum” para
entrada na Ordem do Dia.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal.) Sr.
Presidente, há “quorum”.
O SR. PRESIDENTE: Havendo “quorum” passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 2698/90 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N° 180/90, de autoria do Ver.
Clovis Ilgenfritz, que denomina Porto do Gasômetro um logradouro público.
(Centro) Com Emendas nºs 01 e 02.
Pareceres:
- da CJR.
Relator Ver. Vicente Dutra: pela aprovação, com a Emenda nº 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Nelson Castan: pela aprovação, com a Emenda n° 01;
- CONJUNTO da
CJR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. Vicente Dutra: pela aprovação da Emenda
nº 02.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 180/90. Já
discutiu o Ver. Vicente Dutra. Não havendo nenhum Vereador inscrito, encerramos
a discussão.
Requerimento de autoria do Ver.
Vicente Dutra que requer a retirada da Emenda nº 01. Em votação o Requerimento.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o Projeto com ressalva
da Emenda nº 02. Para encaminhar, como autor, o Ver. Clovis Ilgenfritz.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, nós nem íamos fazer encaminhamentos, porque este Projeto foi
discutido e durante o período de Pauta foi esclarecido pelos Srs. Vereadores, e
foi informado que o local de uso para a população de Porto Alegre, a nível de
turismo interno, mas também para o turismo que vem de fora, ficando marcado um
local com este nome, historicamente, fica marcada a existência da Usina do
Gasômetro, na região. Nós entendemos que com a Emenda que fizemos, juntamente
com o Ver. Vicente Dutra, fica sanado o aspecto técnico que havia sido
levantado e que nós concordamos. Então, apenas como autor do Projeto, não
quisemos usar o tempo de Liderança, estamos solicitando que os Srs. Vereadores
aprovem este Projeto, como já fizeram com a maioria dos votos dados nas
Comissões que o examinaram durante a sua tramitação normal.
Era isso, nós imaginamos que é um
Projeto simples para uma questão muito importante que vai marcar a posição, a
Usina do Gasômetro, que volta a ser usada como um porto fluvial para o uso
exclusivamente nos aspectos turísticos e de conhecimento da orla do nosso
Guaíba, em todos os seus níveis. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação. Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação a Emenda nº 02, de
autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz. Os. Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA, contra
o voto do Ver. João Dib.
Solicito ao Sr. 1º Secretário que
proceda à leitura da Declaração de Voto do Ver. João Dib.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à leitura.)
(Nota do revisor: Conforme
Memorando nº 001/92 do Setor de Arquivo, o Proc. nº 2698/90 está desaparecido,
por isso, não foi possível incluir no material a ser publicado a Declaração de
Voto do Ver. João Dib.)
O SR. PRESIDENTE: Requerimento, de autoria do Ver.
Clovis Ilgenfritz, para que o Processo recém votado seja dispensado de
distribuição em avulso e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentado. (Pausa.) APROVADO.
VOTAÇÃO
PROC. N° 1090/91 – RECURSO, de autoria do Ver. Giovani Gregol, contra decisão da
Presidência que deferiu o Requerimento nº 123/91 (Proc. nº 1075/91), de autoria
do Ver. Isaac Ainhorn, que solicita constituição de Comissão Externa para
examinar a situação do Plantão Pediátrico Noturno de Emergência da Santa Casa
de Misericórdia de Porto Alegre.
Parecer:
- da CJR.
Relator Ver. Leão de Medeiros: pela rejeição do Recurso.
O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Eu queria,
nesta Questão de Ordem, não sei se é o melhor momento, peço até orientação da
Mesa, só para registrar, taquigraficamente, que o meu voto no segundo Parecer,
porque houve outro Parecer que foi derrotado, foi errado, o meu voto é contra o
Parecer.
O SR. PRESIDENTE: De qualquer maneira, não altera
o resultado final.
Atendendo a uma decisão das
Lideranças, numa reunião da Mesa na semana passada, a Presidência redistribuiu
uma série de Recursos e Questões de Ordem, que foram levantadas pelo Plenário
nas últimas semanas e que, após exames da Comissão de Justiça e Redação, estão
retornando agora à avaliação final do Plenário. O primeiro dos quais, é
exatamente esse Recurso do Ver. Giovani Gregol.
Está distribuída em avulso,
no atendimento do que foi acertado com as Lideranças, a documentação relativa a
esta questão. Inicialmente, o Recurso do Ver. Giovani Gregol, discordando da
posição da Presidência da Casa, que deferiu de plano o Requerimento do Ver.
Isaac Ainhorn, no dia 17 de março. Assinado pelo Presidente, naquele momento,
Ver. Omar Ferri, a Questão de Ordem do Ver. Giovani Gregol, no dia 17 de abril;
posteriormente, o primeiro Parecer rejeitado, no dia 30 de abril, assinado pelo
Ver. Omar Ferri, e o segundo Parecer do Relator, na Comissão de Justiça, Leão
de Medeiros. A Mesa, no sentido de informar os Srs. Vereadores, chama atenção
que, no Parecer do Ver. Leão de Medeiros não existe, na verdade, uma rejeição
ao Parecer anterior quanto ao seu mérito, ou seja, que cabe uma manifestação da
Comissão de Saúde e Meio Ambiente – COSMAM, ou de qualquer Comissão Permanente.
Mas o Parecer do Ver. Leão de Medeiros refuta o Recurso na medida em que, sem
entrar no mérito, já houvera uma decisão da Presidência. E cabe exclusivamente
à Presidência, no mérito, certo ou errado, o encaminhamento do deferimento.
Chamo a atenção dos Srs. Vereadores de que o Parecer do Ver. Leão de Medeiros
deixa claro, logo na quarta linha, como Relatório, que acolho o Parecer
rejeitado. Portanto, não se negou que deveria se ouvir eventualmente a Comissão
de Saúde e Meio Ambiente. Mas, em virtude de já ter havido a manifestação da
Presidência, na ocasião, do Ver. Omar Ferri, então, se rejeitava o Recurso, porque
já houvera a decisão. E, desta decisão, não caberia mais o Recurso. Interpreta
a Mesa neste sentido a questão levantada e a decisão prolatada pela Comissão de
Justiça, através do Parecer do Ver. Leão de Medeiros. A Mesa enfatiza isso,
porque teremos num outro Processo, que também envolve, Ver. Isaac Ainhorn,
naquela questão do IPTU, e nós esperamos a manifestação final da Comissão de
Justiça e Redação, então entramos no mérito das questões da Comissão
Permanente. Aqui, a discussão que se estabelece é de que, tendo havido um
deferimento da Presidência que entendeu não caber neste caso a ouvida da
COSMAM, porque entendeu a Mesa andar pela questão da urgência e não a questão
do tema, não cabia mais o Recurso. Então, o que nós temos que julgar é o Recurso,
ou seja, se o Plenário acolher o Parecer e, portanto, rejeitar o Recurso, nós
teremos zerado. Se o Plenário, ao contrário, rejeitar o Parecer, estará
acolhendo o Recurso, ao menos, na prática estaremos reiniciando uma longa
discussão sobre esta questão, que, na verdade, o novo Regimento Interno é que
depois vai realmente decidir.
A Mesa dá apenas esta
explicação longa, talvez no sentido de informar os Srs. Vereadores. Entendemos
que todos os documentos são necessários à boa informação dos Srs. Vereadores,
que são: o Recurso do Ver. Gregol, o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, com
deferimento da Mesa, e os dois Pareceres: o rejeitado e o aprovado. Existem
apenas os encaminhamentos e não há discussão. Esta é a orientação que a
Diretoria Legislativa nos traz, porque é julgamento de um Requerimento. Estamos
votando o Recurso e o Recurso é um Requerimento. Cabe, portanto,
encaminhamentos de Liderança, porque votamos o Recurso, que é um requerimento.
Considera-se como autor o Ver. Giovani Gregol, que é o autor do Recurso. É isso
que nós estamos votando.
O SR. GIOVANI GREGOL (Questão de Ordem): No caso, a minha Bancada teria direito de encaminhamento, independente
do autor?
O SR. PRESIDENTE: Sim, neste caso, estamos votando
o Recurso e V. Exª é o autor do mesmo.
O SR. GIOVANI GREGOL: Então vou pedir a
palavra como autor.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa concede a palavra ao Ver.
Giovani Gregol, como autor do Requerimento.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, a Casa, em especial os meus caros colegas Vereadores,
independente das Bancadas, os funcionários da Casa, os funcionários de
carreira, como os cargos de confiança; creio que posso afirmar de
sã-consciência que são testemunhas da seriedade, e mais do que isso, da
lealdade com que este Vereador que vos fala tem atuado até agora, pelo menos
nesses dois anos e meio de Legislatura em que até aqui estamos – é a primeira
Legislatura deste Vereador. Eu quero dizer que absolutamente não quero tratar
essa questão, como geralmente não faço, a não ser quando é normal que um ou
outro Vereador, todos nós às vezes cansados, nos irritamos, ficamos bravos, mas
não é o caso. Eu não quero tratar absolutamente dessa questão como uma questão
pessoal, mas considero que esta não é em absoluto uma questiúncula, esta é uma
questão muito séria que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre tem que tratar,
porque nós temos ouvido durante mais de dois anos, eu tenho ouvido dessas
bancadas, dessas cadeiras, afirmações cada vez mais repetidas que, depois da
aprovação da última Lei Orgânica, Ver. Lauro Hagemann, se repetiram à exaustão,
em especial neste ano, de que deve haver uma valorização, uma revalorização das
Comissões Permanentes da Casa. Isso foi motivo de debate entre as Bancadas, foi
assunto de deliberação unânime das Lideranças que representam as Bancadas nesta
Casa, foi assunto de reunião da Mesa desta Casa com as mesmas Lideranças, com o
Presidente e as Presidências das Comissões Permanentes, que isto seria cumprido
à risca, que as Comissões Permanentes seriam valorizadas nesta Casa. Foi dito
explicitamente que uma das principais, uma das maneiras prioritárias de fazer,
de concretizar essa valorização seria cumprindo rigorosamente aquilo que diz o
art. 49 e o art. 50, do nosso Regimento Interno, ou seja, que não se criariam
mais Comissões de qualquer tipo, Comissões extraordinárias, sejam externas,
sejam os inquéritos e outras, sem a consulta e o parecer favorável, sem a
consulta e a anuência das Comissões Permanentes, ou daquela Comissão que tratar
daquele assunto que é motivo de Requerimento das Comissões. Então, não consigo
entender, não consigo aceitar que, de repente, todo esse discurso me parece que
se transforma, na cabeça de alguns Vereadores, Ver. Luiz Braz, em nuvens que se
dissolvem aos ventos no primeiro momento em que a sua conveniência particular,
individual e pessoal se coloca contra o Regimento da Casa, e contra àquela
discussão que as Lideranças fizeram junto com a Mesa. Realmente, não consigo
entender. E uma informação que não é dada nestes autos, e o Sr. Presidente
falou que todas as informações estão aqui; não, algumas informações não estão
aqui. Por exemplo, não foi dito aqui, e deixo claro aos Srs. Vereadores, que a
Comissão de Funcionários, no caso dos médicos pediatras do serviço de
atendimento noturno da Santa Casa, procuraram nesta Casa, em primeiro lugar, a
este Vereador que vos fala, procuraram a mim, indicados por funcionários da
Casa, porque entenderam que esta Casa tem uma Comissão Permanente de Saúde e
Meio Ambiente, que atendimento pediátrico noturno é assunto de saúde. E mais, a
COSMAM já tinha encaminhado a questão, tenho cópia do telex que a COSMAM enviou
à Santa Casa, marcando uma reunião, e depois de tudo isso é que veio o Ver.
Isaac Ainhorn solicitando uma Comissão Externa para tratar do assunto sem, ao
menos, comunicar à Comissão Permanente a sua pretensão, a comunicação foi a
posteriori.
Então, entendo que é uma questão
de um precedente muito sério que estamos discutindo, não é uma questão pessoal,
absolutamente, não é partidária, ou de Bancada. Ou nós cumprimos aquilo com o
qual nos comprometemos, transformando em prática concreta os discursos que
fizemos, ou vamos dar razão aos que falam contra os políticos e parlamentares,
inclusive, desta Casa. E o Regimento é bastante claro, devemos cumpri-lo sob o
risco de termos, daqui por diante, desaprovado pelos Srs. Pares um verdadeiro
festival de pedidos de Comissões extraordinárias, de todos os tipos, para
qualquer coisa. Quando a Comissão Permanente, como no nosso caso, não foi nem
comunicada, vai-se levantar a jurisprudência deste caso. Se o Ver. Isaac
Ainhorn pode, por que outros não poderão, ora? Por acaso é o Ver. Isaac Ainhorn
melhor, mais Vereador que os outros 32? Não me parece assim. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Luiz Braz.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é tão evidente que existia uma pacto
entre os Vereadores deste Plenário de que as Comissões Permanentes seriam
valorizadas em detrimento das Comissões Especiais e Externas, que nós, que
pertencemos à CFO, ao sabermos que o Ver. Isaac Ainhorn pedia uma Comissão
Especial para tratar do IPTU, nos insurgimos contra a possível formação daquela
Comissão. O Ver. Isaac Ainhorn, disciplinadamente, submeteu à CFO a possibilidade
de formar ou não essa Comissão. Nós, da CFO, reunidos, discutimos o assunto,
chegando à conclusão de que, já que havíamos começado as reuniões para tratar
do IPTU, não deveríamos delegar essa competência a outra Comissão nesta Casa,
como queria o Ver. Isaac. Na minha opinião, estava mais do que configurado
aquele pacto que nós fizemos no Plenário, o qual acredito que deveria valer
para todas as outras Comissões e para todos os outros assuntos.
Posteriormente, veio novamente o
assunto do IPTU, através de um Projeto apresentado pelo Ver. João Dib e, mais
uma vez, nós da Comissão de Finanças e Orçamentos, entramos em contato com a
Presidência da Casa, no sentido de que o Presidente da Casa fizesse consultar,
primeiramente, a Comissão de Finanças e Orçamentos a respeito da possibilidade
ou não de se fazer uma Comissão Especial para tratar do assunto referente ao
Projeto do Ver. João Dib. Estava, mais uma vez, ratificado aquele tratado que
tínhamos aqui dentro deste Plenário. Mas, de repente, surge mais um assunto.
Graças a Deus, não surgiu o assunto dentro da Comissão ou ferindo pelo menos a
Comissão de Finanças e Orçamentos, da qual fazemos parte, mas está ferindo uma
das Comissões Permanentes da Casa, e eu acredito que no momento em que esta
autonomia das Comissões Permanentes for desrespeitada, quando este artigo do
Regimento Interno for lesado, todas as outras Comissões e todas aquelas
intenções que tivemos no início, até atendendo uma solicitação do Ver. Airto
Ferronato, de valorizarmos as Comissões Permanentes da Casa, cairão por terra.
Por isso, somos contrários ao
Parecer do Ver. Leão de Medeiros, que foi aprovado pela Comissão de Justiça,
que eu acredito que vai contra tudo aquilo que nós já conversamos aqui deste
Plenário em termos concretos, inclusive verificando o próprio pedido do Ver.
Isaac Ainhorn para a Comissão de Finanças e Orçamentos. Somos contrários àquilo
que decidiu em parecer o Ver. Leão de Medeiros e a Comissão de Justiça.
Gostaríamos, até, de ter tido a oportunidade de votar o Parecer do Ver. Omar
Ferri, que acredito ser o mais coerente. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Omar Ferri.
O SR. OMAR FERRI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este capítulo que trata das Comissões
Permanentes e Temporárias não é muito claro, é um pouco confuso. E quando as
coisas não são muito claras e quando as coisas são muito confusas,
obrigatoriamente, temos que pesquisar o espírito e a intenção da lei. Vejam bem
o que acontece na presente hipótese; o Ver. Isaac Ainhorn pediu a constituição
de uma Comissão Externa para examinar a situação do plantão pediátrico noturno
de emergência da Santa Casa de Misericórdia. Então é uma questão de saúde
pública. Esta Comissão teria por objetivo o exame da situação da saúde pública
neste plantão da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
Eu remeto, Srs. Vereadores, de
imediato, ao inciso I, do art. 48 do Regimento Interno que diz: “à Comissão de
Saúde e Meio Ambiente compete opinar sobre matérias que envolvam a defesa da
saúde pública”. Isso é o que diz esse artigo. Por outro lado, o inciso III, do
art. 50 diz que: “as Comissões Temporárias serão constituídas com atribuições e
prazo de funcionamento definidos: de ofício, pelo Presidente da Câmara, quando
se tratar de Comissão Externa ou das previstas no § 1º do art. 53 deste
Regimento”. O § 1º do art. 49 diz que dispõe ou condiciona essas criações de
Comissões, e diz o seguinte: “não se criará Comissão Temporária quando houver
Comissão Permanente para falar sobre a matéria, salvo quando esta manifestar a
sua concordância”. Então vou concluir, o erro partiu de um despacho do Sr.
Presidente da Casa. Face aos dispositivos legais, face às disposições do
Regimento Interno, o Sr. Presidente deveria determinar que a Comissão de Saúde
e Meio Ambiente se manifestasse em caráter prévio a respeito da Comissão
pretendida pelo Ver. Isaac Ainhorn, mas não o fez. E, com base nesse
dispositivo que lhe dava direito para deferir, deferiu, mas esse direito que
consubstancia num critério subjetivo não pode deixar o Presidente isolado do
condicionamento legal. Ele fica condicionado às disposições do Regimento
Interno. Portanto, este poder do Presidente de deferir fica condicionado aos
ditames do Regimento Interno. Permite-me com todo o respeito em afirmar, ou
pretender afirmar, que S. Exª o Presidente da Casa em não tendo ouvido a
Comissão de Saúde, errou. Errou, com todo o respeito, errou. Se eu fosse
Presidente eu determinava a manifestação da Comissão de Saúde e Meio Ambiente.
E a vista do § 1º do art. 49, que diz que não se criará Comissão Temporária
quando houver Comissão Permanente para falar sobre a matéria, então o
Presidente da Casa não poderia deferir de plano ou poderia determinar que a
Comissão se manifestasse.
Nesse sentido, eu proferi um Parecer
na Comissão de Justiça e Redação, o Parecer recebeu apenas 3 votos, houve uma
interferência do Ver. Isaac Ainhorn, que conseguiu derrubar tal Parecer, e,
agora, surge nesse expediente o Parecer do Ver. Leão de Medeiros. Com todo o
respeito, eu prefiro ficar subordinado aos termos do Regimento Interno. Entendo
que o Ver. Gregol tem razão, nesse terreno, nesse setor e nessa matéria. E
votarei com S. Exª, o Ver. Giovani Gregol, pretendendo a derrubada do Parecer
dado pelo Ver. Leão de Medeiros. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pela ordem, encaminha Ver.
Vicente Dutra, pelo PDS.
O SR. VIEIRA DA CUNHA
(Questão de Ordem): Apenas uma Questão de Ordem para que o próximo
orador na tribuna também não cometa o mesmo equívoco que cometeu o Ver. Omar
Ferri. Segundo vejo no avulso distribuído, estava no exercício da Presidência
da Casa e, portanto, deferiu a Comissão Externa, solicitada pelo Ver. Isaac
Ainhorn, o segundo Vice-Presidente, Ver. Omar Ferri, pelo menos depreendo da
leitura do avulso que está em minhas mãos. Então apenas essa observação, esse
registro queria fazer, a fim de que o Ver. Vicente Dutra também não labore em
equívoco. V. Exª poderia, inclusive, confirmar esta informação que estou dando
aos oradores que vão se pronunciar sobre este tema.
O SR. OMAR FERRI
(Questão de Ordem): É bem possível que este fato levantado pelo Ver.
Vieira da Cunha tenha realmente ocorrido muitas vezes. Por isso que eu disse,
com todo o respeito ao despacho de V. Exª que, muitas vezes, nós recebemos o
despacho pronto de nossa assessoria e o despacho que assinei não foi dado por
mim. O Presidente viajou e eu apenas assinei. Eu me penitencio, avoco o erro e
confesso publicamente o meu erro.
O SR. PRESIDENTE: Obrigado, Ver. Omar Ferri. Ver. Vieira da Cunha, a Mesa confirma:
naquele momento, a Presidência estava sendo exercida pelo Ver. Omar Ferri, mas
exatamente por considerar que independente de quem exercia a Presidência
naquele momento, havia exercido de fato a Presidência, é que consideramos como
se fôssemos nós, pessoalmente, que tivéssemos dado o deferimento. Acertadamente
ou erroneamente, a Mesa agiu e assume e, em conseqüência, assume quem estiver
com a Presidência dos trabalhos. É uma questão de respeito e de ética, mas V.
Exª está correto, naquele momento, nós nos encontrávamos em Brasília e,
efetivamente, respondia pela Presidência o Ver. Omar Ferri. Mas assumimos o
ônus eventual e por isso mesmo trazemos para o Plenário a discussão para
decisão final do Plenário.
O SR. VIEIRA DA
CUNHA: Devemos, então, Sr. Presidente, receber a
manifestação ao Ver. Omar Ferri como um exercício de autocrítica da decisão
então exarada.
O SR. PRESIDENTE: O próprio Ver. Omar Ferri me parece expressou isto com clareza.
Encaminhamento pelo PDS, Ver.
Vicente Dutra.
O SR. VICENTE DUTRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, por ocasião da discussão do Parecer
do Ver. Omar Ferri na Comissão de Justiça e Redação, fui o único Vereador que
votou favorável ao Ver. Omar Ferri. Parece que o Ver. João Motta também, mas
depois alterou. Não. Alterou foi o Leão de Medeiros. Votei favorável por quê?
Diz o Ver. Omar Ferri, na sua argumentação ao final, diante do acima
reproduzido, concluo pela procedência da Questão de Ordem formulada, que foi a
formulada pelo Ver. Giovani Gregol, e que seja encaminhada a exame do Plenário.
Quando encontrei essa proposta do
Ver. Omar Ferri, no seu Parecer, imediatamente aderi e votei favorável, embora
tenhamos sido voto vencido nesse Parecer. Posteriormente, pelo vencimento do
voto, foi designado o Ver. Leão de Medeiros, que foi contrário ao Ver. Omar
Ferri, no tocante a alguns argumentos jurídicos e de mérito, mas, afinal,
também conclui: “A matéria poderá ser levada a Plenário ou à Comissão de
Representação”. Novamente votei favorável porque, para mim, isso é fundamental.
Quando a matéria é controversa, quando a matéria enseja – como essa – pedidos
de formação de Comissão Externa, no seio do Plenário, quem deve decidir, Ver.
Luiz Braz, no meu entendimento, é o Plenário, que é soberano, senão era
só lançar no computador e se ele apontasse que o Regimento Interno está
amparando poderia tramitar, caso contrário não tramitaria. O Plenário tem que
decidir se aquela é uma matéria relevante, urgente, que requer representação.
Veja, Ver. Giovani Gregol, durante o recesso a Comissão Externa não poderá ser
solicitada, já temos um inconveniente. Outra questão que envolve a Comissão
Externa é a sua representatividade, ela é mais representativa do que a Comissão
Permanente, em relação aos Vereadores que a compõem, porque ela representa cada
um dos Partidos com assento nesta Casa. Ora, se a matéria é tipo essa que foi
proposta pelo Ver. Isaac Ainhorn, de combater o fechamento do serviço de
pediatria da Santa Casa, será uma matéria da maior relevância. Então, chega lá
a Comissão de Saúde – e até acho que a Comissão de Saúde deveria se fazer
presente, também, porque é uma Comissão Permanente, técnica, da Casa – mas a
Comissão Externa abrange todos os Partidos, muitos dos quais não têm assento na
Comissão de Saúde. Portanto, há esse aspecto de ordem prática e até formal, que
é o da representação e que me parece importante de ser trazido nesse momento,
porque a Comissão Externa é muito mais representativa, na medida em que abrange
todos os partidos com assento nesta Casa.
Então, esse é o nosso
entendimento, aliás, esse entendimento nós já havíamos colocado no Parecer em
que fui o Relator quando examinava uma Questão de Ordem levantada no Plenário
do Pedido da Comissão Especial para estudo do IPTU; também neste caso poderão
verificar no meu Parecer que é anterior a esses dois Pareceres, eu digo, ao
final, ali, que o Plenário é que deve decidir, até que o Novo Regimento da Casa
estabeleça critérios bem definidos sobre a constituição de Comissões Externas.
O argumento que o Ver. Giovani Gregol traz de que haverá uma enxurrada de
Comissões Externas, esse, realmente, não me comove, pelo contrário, até me
sensibiliza, porque essa Cidade não tem cinco problemas, ela tem dezenas,
centenas, de problemas. Eu acho que se a Comissão Externa for efetiva, se
conseguir ser constituída e for ao encontro do problema, e analisar e trazer o
resultado à Casa, nós podemos criar aqui quantas Comissões Externas forem
solicitadas. Quanto a esse argumento, não posso aceitar de V. Exª, agora
prestigiar a Comissão Permanente, isso sim, temos que prestigiar. Aliás, a
Comissão de Justiça e Redação, só para concluir, Sr. Presidente, é uma Comissão
que abrange todos esses assuntos. Esse aqui, por exemplo, nós podíamos
argumentar da legalidade do fechamento da pediatria. Pode a Santa Casa, que
recebe verbas federais e é uma entidade filantrópica, de utilidade pública
federal, municipal, estadual, fechar a pediatria? Sendo isso um bem maior a ser
protegido que é a criança, pode? Se tem convênio com o Sistema Único de Saúde –
SUS, e assim por diante. É uma questão jurídica que poderíamos levantar na
Comissão de Justiça e aí, então, debater a constituição da Comissão Externa.
Para concluir, Sr. Presidente,
entendemos que a Comissão Externa é mais representativa, mas, de qualquer
forma, quem decide o caso da controvérsia, 100% o Plenário, até que venha o
novo Regimento Interno. Muito
obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Isaac
Ainhorn, pelo PDT.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, basicamente quero deixar clara uma coisa: este Vereador, no curso
do seu tempo que esteve aqui nesta Casa, independentemente dessa Legislatura,
sempre valorizou as Comissões Permanentes da Casa. Nada tem a ver, Sr.
Presidente, a questão da valorização das Comissões Permanentes da Casa com esta
questão. Nós temos que fazer uma diferenciação nítida entre as Comissões
Especiais e as Comissões Externas.
As Comissões Especiais, elas têm
um desenvolvimento de trabalho mais permanentes, é a estas que se aplica,
fundamentalmente o princípio da ouvida, quando alguém requer uma Comissão
Especial.
Agora em relação à Comissão
Externa, basicamente, diz o seu art. 55: “A Comissão Externa será constituída
pelo Presidente com a incumbência expressa e limitada para representar a
Câmara”. E ela representa a Câmara com aquela característica da imediaticidade,
ou seja, esta neste momento acontecendo um fato. Imaginemos que neste momento
esteja acontecendo um fato, que esteja havendo um problema com o transporte
coletivo da Restinga, e o Ver. Luiz Machado requeresse nesse momento uma
Comissão Externa para ir à Restinga examinar o problema do transporte que
estava havendo lá. Teria que ter um despacho imediato do Presidente da Casa,
para que a Câmara se fizesse representar lá. Exatamente aconteceu, onde este
Vereador foi procurado por uma comissão de médicos que estavam sofrendo o risco
e o constrangimento de serem postos para a rua, com a extinção do serviço da
maior relevância para a Cidade. Este Vereador, procurado, buscou o caminho
exatamente da Comissão Externa para que, imediatamente, aqui fosse constituída
uma Comissão para se dirigir, para falar com a provedoria da Santa Casa.
Apenas por uma questão de
correção, gostaria de deixar claro que este Vereador se dirigiu ao
Vice-Provedor da Santa Casa, Sr. Polanczyk, e marcou imediatamente uma
audiência, e naquela oportunidade não havia nenhuma audiência marcada, e
ninguém antes tinha falado com o Vice-Provedor, nem com o Diretor Médico da
Santa Casa. Invoco, inclusive, o depoimento desses dois cidadãos, Diretor
Médico, Dr. Jaques, e Vice-Provedor da Santa Casa, Sr. Polanczyk.
Agora quero deixar claro
exatamente é que nós não podemos criar aqui, nesta Casa, a figura do Vereador
especialista. Essa é uma outra questão, além de ser a Comissão Externa, uma
comissão específica para tratar naquele momento com a agilidade, com a rapidez
e imediaticidade que o assunto requer, o Vereador, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, tem o direito de tratar de todos os assuntos que afetam a Cidade.
Respeito inclusive algumas
posições externadas aqui, e é um assunto que vai merecer um tratamento no
Regimento Interno. Tanto isto é verdade, que o Ver. Ferri, sobre a matéria,
revisou quatro vezes sua posição, primeiro ele deferiu, depois ele fez um
parecer contrário ao seu deferimento. Foi rejeitado este Parecer, depois o Ver.
Leão de Medeiros fez um Parecer favorável, e ele votou no Parecer do Ver. Leão
de Medeiros. Agora, no Plenário, ele revisa novamente a sua posição, dizendo
que o Recurso do Ver. Gregol merece acolhida. Respeito a posição do Ver. Omar
Ferri, mas, acho que, dado o arbítrio do Presidente da Casa, exatamente, na
representatividade que tem de avaliar como vai encaminhar aquele requerimento
do Vereador, pode deferir ou não. É uma Comissão representativa da Casa e com a
rapidez e imediaticidade que o fato requer.
Estava acontecendo aqui na Casa,
e chamei a atenção da Mesa, é que estavam usando Comissões Externas para
assuntos que eram das Comissões Especiais e das Comissões Permanentes.
Recentemente, numa Comissão Especial requerida pelo Ver. Omar Ferri, foi
transformada em Comissão Externa. Comissões Externas não são para estudar
problemas, e sim as Comissões Especiais. Comissão Externa é uma Comissão de
representação para um fato imediato, e como o próprio nome está a dizer, vai em
representação da Câmara para um assunto especial.
Esta é a colocação que faço e
deixo registrada pela rejeição do Recurso.
Embora dizendo que o assunto do
mérito é inócuo, mas é relevante na medida que define a questão do que seja
Comissão Externa e o que seja Comissão Especial. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encaminha o Ver. Leão de
Medeiros, como Relator.
O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, em discussão o Recurso do Presidente da COSMAM, Ver. Giovani
Gregol, que num direito legítimo vem pedir para a sua Comissão, neste caso
concreto, a apreciação do pedido da Comissão Externa, invocado por um dos 33
Vereadores. O Parecer que prevaleceu na Comissão de Justiça não ficou em cima
de casuísmos de quem o apresentou, e de qual Comissão, ficou no aspecto da
legalidade, da interpretação do Regimento Interno.
Mas, antes disto, gostaria de
transmitir à Casa, um fato importante que tomei conhecimento neste exato
momento: um caminhão com carga tóxica explodiu perto da Companhia Carris
Porto-Alegrense, onde foram danificados ônibus. Temos pessoas feridas. Esse
fato é absolutamente inverídico, mas poderia ser verdade e trazido à tribuna
por um Vereador. E pergunto-lhe, Ver. Giovani Gregol, um fato desta natureza,
envolvendo cargas tóxicas, envolvendo atos possivelmente até de sabotagem,
envolvendo danos ao patrimônio público, nós, da Câmara Municipal, com a
responsabilidade que temos, estaríamos agregados e presos, o Presidente da Casa
estaria agregado e preso à burocracia do Regimento Interno? Ou estaríamos,
imediatamente, dispostos a atender a população, que é a nossa principal
responsabilidade? É sobre este ângulo que foi dado o Parecer. Uma Comissão Externa pode ser invocada quando o fato for
emergencial, excepcional e com prazo fixo de duração. E cabe ao arbítrio, ao
poder discricionário do Presidente da Casa, eleito pela maioria dos Srs.
Vereadores, ter o discernimento, ter a clarividência de avaliar que este fato é
absolutamente emergencial, excepcional e que justifica a presença de
Vereadores, independente de quaisquer Comissões que venham a pertencer. É sobre
este ângulo, mais uma vez, o Parecer que proferi no âmbito da Comissão de
Justiça. Não faço questão nem de referir que um fato desta natureza possa vir a
ocorrer no período do Recesso, no qual esta Casa estará com as suas Comissões
Permanentes totalmente descaracterizadas, ou seja, elas inexistem. E nessas
condições a prevalecer o legalismo do Regimento Interno, defendido pelo Ver.
Omar Ferri desta tribuna, nós, Câmara de Vereadores, ficaríamos presos ao
casuísmo da reabertura da Câmara, fora do período do Recesso, para atender um
assunto que tenha relevância excepcional e emergencial.
Por isso, Sr. Presidente, porque
o fato realmente é importante, e que não traz no seu bojo só o casuísmo desta
situação invocada por um Vereador para a pretensão de criar, instalar uma
Comissão Externa, como foi esta da Santa Casa, mas porque implica, implica,
sim, uma abrangência muito maior, é que trago o meu ponto de vista que
prevaleceu no âmbito da Comissão. E muitas vezes, como ficariam atos que
ensejam Comissões Externas, ao mesmo tempo envolvendo três, quatro, ou quem
sabe até todas as Comissões Permanentes da Casa? Isso embaraçaria mais ainda a
agilidade que a Câmara de Vereadores tem que ter para enfrentar problemas
excepcionais, como alguns que surgem e que ensejam pedidos de instalação de
Comissões Externas.
Por isso, estou absolutamente
seguro da coerência na interpretação do Regimento Interno. Cabe, sim, ao
Presidente da Casa avaliar a instalação dessas Comissões emergenciais. Não
fiquei restrito ao casuísmo desse caso presente, mas com uma visão ampla do
Regimento Interno, confiando no discernimento e na clarividência do Presidente
da Casa, determinando a instauração, ou não, das Comissões Externas, e
respeitando, sim, sempre, as Comissões Permanentes da Casa, quando elas devam
ser respeitadas. E aliás, isso, V. Exª há de concordar, tem sido um apanágio da
atual Administração da Casa. Nunca, como nesta gestão atual, a Casa, a
Presidência, a Mesa, têm dado às Comissões, possibilitando aquele mínimo de
condições para que tenham um trabalho efetivo, e entre as quais é um exemplo
concreto a Comissão que V. Exª preside, Ver. Giovani Gregol. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Lauro
Hagemann.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, volta e meia essa questão vem à baila. No início deste ano, nos
defrontamos com alguns episódios semelhantes e que ainda não estão totalmente
dirimidos. Já manifestei desta tribuna a minha posição de respeito às
prerrogativas das Comissões Permanentes, no sentido de valorizá-las. É por isso
que se está discutindo novamente este assunto.
Casualmente, tenho, aqui, em
mãos, um Pedido de uma Comissão Externa, solicitado pelo Ver. Luiz Machado,
para estudar o problema relativo às invasões nas áreas do Município, no Bairro
Restinga. Este Pedido de Comissão Externa passou pela Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação – CUTHAB, que deu o seu Parecer favorável, mas dentro
de uma tramitação normal, regular, derivada do que preceitua o nosso Regimento
Interno. No presente caso, eu respeito muito o Parecer do Ver. Leão de
Medeiros, que pretende ampliar o âmbito de atuação das Comissões Externas, mas
eu acho que nós não podemos confundir as coisas. Se nós permitirmos que este
critério seja inserido na nossa atividade até que venha o novo Regimento
Interno para dirimir completamente esta questão, nós, efetivamente, vamos
entrar num terreno pantanoso. Eu acho que o § 1º do art. 50 do nosso Regimento
Interno é muito claro: “Não se criará Comissão Especial ou Temporária ou
Externa, quando a Comissão Permanente tiver competência para examinar o
assunto, salvo com a concordância expressa dessa Comissão”. Como é o caso deste
Processo aqui. No caso do Processo que estamos examinando não houve esta
concordância expressa, pelo contrário, houve até uma rebelião. Então, eu
prefiro ficar com o mandamento do Regimento Interno e acho que por mais que
mereça o Plenário desta Casa, como instância suprema de deliberação, nós não
podemos estar trazendo toda hora para cá este tipo de coisa. Devem existir
mecanismos que permitam, como este do art. 50, § 1º, que diz com todas as
letras, “não se criará Comissão Temporária quando houver Comissão Permanente”.
Toda a argumentação levantada, aqui, da tribuna, pelos companheiros que me
antecederam, tentam elidir a questão. Mas acho que não se pode cair neste
terreno.
Sou pela manutenção do Recurso do
Ver. Giovani Gregol. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não há mais encaminhamentos para a votação. Solicito ao Sr. 1º
Secretário que proceda à verificação de “quorum” para a votação.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Visivelmente, há “quorum”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Dezenove Vereadores em Plenário.
A Mesa orienta os Srs. Vereadores
e o Plenário: vota-se o Recurso do Ver. Giovani Gregol.
O SR. CLÓVIS BRUM
(Questão de Ordem): O Parecer da Comissão de Justiça ao Requerimento
do Ver. Gregol, que pediu a audiência da Comissão, rigorosamente, o que se vai
votar é o Parecer da Comissão de Justiça, da lavra do Ver. Leão de Medeiros?
O SR. PRESIDENTE: Informa-nos a Diretoria Legislativa que o espelho está correto e a
expressão da Mesa também. Com base no art. 35, § 2º: (Lê.) “Cabe ao Presidente
dirimir as dúvidas suscitadas em Questão de Ordem, e a sua decisão não admite
crítica nem contestação, mas tão-somente recurso ao Plenário na Sessão
seguinte, ouvida a Comissão de Justiça e Redação”. O Recurso do Ver. Giovani
Gregol encetou a audiência da Comissão de Justiça, mas o que se vota é o
Recurso, neste caso, e não o Parecer da Comissão de Justiça e Redação.
O SR. CLÓVIS BRUM
(Questão de Ordem): Com toda a humildade e não reconhecendo a exatidão
da condução desta matéria, eu solicitaria, sem prejuízo do andamento dos
trabalhos, que fosse encaminhada à Comissão de Justiça e à Auditoria da Casa
para uma verificação mais técnica sobre a matéria.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe, Ver. Clóvis Brum, sem nenhum problema, mantendo a
decisão por questão de coerência, confiando na sua Diretoria Legislativa.
Portanto, a Mesa ratifica o seu encaminhamento, o que, no fundo, o resultado
final não vai alterar. Mas, enfim, a Mesa mantém o encaminhamento que se
encontra no espelho.
Nós votaremos o Recurso, ou seja,
os Vereadores que entendem esteja com a razão o Vereador...
O SR. ISAAC AINHORN
(Questão de Ordem): Votação nominal. Eu não sei se V. Exª já ia
colocar em votação.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa ia ainda explicar e orientar o Plenário, mas já fica explicado,
Ver. Isaac Ainhorn. Os Vereadores que disserem “sim” aprovam o Recurso e
rejeitam o Parecer da Comissão. Os Vereadores que disserem “não” rejeitam o
Recurso e aprovam o Parecer da Comissão. O Plenário está bastante clarificado.
O SR. CLÓVIS BRUM
(Questão de Ordem): Eu não quero ser impertinente, Sr. Presidente. A
Mesa está colocando em votação contrario sensu. O objeto que está aí é o
Parecer da Comissão de Justiça?
O SR. PRESIDENTE: Não, Vereador, é o Recurso. Ouvida a Comissão de Justiça, é o Recurso
que vai ser votado, Vereador. A Mesa insiste. Há momentos, Vereador, por
exemplo, na questão do IPTU, nós vamos votar formalmente o Parecer. Agora,
neste caso, estamos votando o Recurso. Nós teremos uma série de Recursos que
serão votados: do Ver. Vicente Dutra, do Ver. Leão de Medeiros, uma série de
Projetos que a Mesa mandou arquivar, o Vereador está apelando ao Plenário. Nas
próximas Sessões, nós temos previsto isso. E resguardada a sua própria Questão
de Ordem. A Mesa também, Vereador, tem, em princípio, até o cuidado que V. Exª
tem também, por isso acata sem discussão a sua Questão de Ordem de remeter
depois para interpretação da Comissão de Justiça, mas, no momento, mantém a
interpretação dada pela Diretoria Legislativa.
Então, repetindo para clareza do
Plenário: estamos votando o Recurso, ou seja, os Vereadores que aprovam o
Recurso do Ver. Giovani Gregol, dirão “sim”, e com isso rejeitarão o Parecer da
Comissão de Justiça, do Ver. Leão de Medeiros, e anulará o pedido da Comissão
Externa do Ver. Isaac Ainhorn, ao menos na prática já que a Comissão já
ocorreu, o trabalho já se desenvolveu, mas criará evidentemente um precedente
para a análise da Casa. Os Vereadores que disserem “não” ao Recurso estarão com
o Parecer da Comissão, e, portanto, apoiando a criação da Comissão Externa.
Acho que o Plenário está bem informado, e atendendo Requerimento do Ver. Isaac
Ainhorn, será realizada votação nominal.
Solicito ao Sr. 1º Secretário que
proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr.
Presidente, 10 Srs. Vereadores votaram SIM, 15 Srs. Vereadores votaram NÃO
e 02 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.
O SR. PRESIDENTE:
REJEITADO o Recurso do Ver. Giovani Gregol.
(Votaram SIM
os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Giovani Gregol, João Motta,
José Valdir, Lauro Hagemann, Wilson Santos, Adroaldo Corrêa, Heriberto Back e
Edi Morelli. Votaram NÃO os Vereadores Airto Ferronato, Clóvis Brum, Isaac
Ainhorn, João Dib, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Nereu D’Ávila, Vicente
Dutra, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, Cyro Martini, Luiz Machado, Jaques
Machado, Elói Guimarães e Dilamar Machado. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores
Ervino Besson e Omar Ferri.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa o recebimento de Declaração de Voto do Ver. Omar Ferri.
Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à leitura do mesmo.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê.)
“Voto pela abstenção em virtude
de ter dúvidas, principalmente após manter contato com a Assessoria da Casa.
Sala das Sessões, 27 de maio de
1991.
(a) Ver. Omar Ferri.”
O SR. PRESIDENTE: Em votação os Requerimentos.
(Obs.: Foram aprovados os
Requerimentos constantes na Ata.)
O SR. PRESIDENTE: Passamos ao
Com a palavra o Ver. Dilamar
Machado.
O SR. DILAMAR
MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que eu trago à
tribuna, neste momento de Grande Expediente, diz respeito a algo que é inédito
na luta dos municipários desta Cidade, na luta por melhores condições de
salários e de trabalho. Na última sexta-feira, num ato que eu considero
inédito, arrojado, o Sindicato dos Municipários, por suas lideranças, entendeu
de suspender o movimento grevista que já estavam há 17 dias em andamento na
Cidade, buscando do Executivo a sensibilidade necessária para dar um resultado
às propostas do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre – SIMPA, na busca de
um reajuste de aproximadamente 53% dos seus vencimentos. Na história da luta da
classe trabalhadora, sem sombra de dúvida, o grande instrumento de luta, a
grande conquista da luta dos trabalhadores é a greve, é verdade que é o último
momento. É o momento em que a intransigência, a intolerância ou o simples
descaso da classe patronal faz com que determinada categoria paralise o seu
trabalho. Não como uma forma de advertência, como uma forma de luta, e a luta
da classe trabalhadora é a greve. Tanto é que durante os 17 dias de greve dos
municipários, isso já foi trazido à tribuna por outros Vereadores, o Prefeito
Olívio Dutra gastou alguns bilhões de cruzeiros utilizando-se dos mais
importantes momentos dos meios de comunicação, novela das 8 da Rede Globo, e
outros horários de grande audiência, e várias emissoras de rádio e televisão,
para dizer que a Cidade estava perdendo com a greve, que os municipários eram
muito bem pagos, criando na mídia eletrônica e também através dos jornais a idéia
de que a greve não tinha sentido. Mas a greve tinha e tem sentido, tanto é que
a classe municipária, suspendendo a greve, se declara em estado de greve. Esta
Casa vem insistindo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, e eu também venho
insistindo, há exatamente 20 dias, e a Câmara Municipal tem o direito e o dever
de participar da saída para esse impasse criado no Município.
Amanhã, dia 28, pelo que me
consta, é o dia em que fica pronta a folha de pagamento do mês de maio e vão
para a rede bancária os contra-cheques. Eu pergunto, servidores do Município já
estão há 17 dias, agora praticamente, 20 dias em estado de greve ou em greve,
vão receber pelo menos a bimestralidade que é da lei? Eu acho que a resposta é
não.
Eu até questiono os companheiros
do PT. Pelo menos o Prefeito Olívio Dutra vai cumprir a lei da bimestralidade,
dando aos servidores do Município o reajuste, que não é aumento de vencimento?
É bom que se deixe sempre claro isto: a lei da bimestralidade não dá aumento de
vencimento a municipário, apenas repõe o que eles perderam nos últimos 60 dias.
A cada dia que passa, cada trabalhador neste País, dentro do processo
inflacionário, vem perdendo seu poder aquisitivo. Esta circunstância da classe
municipária do Estado, aliada à classe dos metroviários, previdenciários,
metalúrgicos, do magistério público estadual, enfim, de uma série interminável
de trabalhadores neste País, é que está levando o Brasil de hoje a uma situação
inédita na sua história de luta de classes.
O povo brasileiro já tem hoje uma
dúvida muito grande na análise conjuntural desta Pátria. O que quer o povo
hoje, se se faz uma eleição como a de 1990, em que se quer renovar o Congresso
da República, as Assembléias Legislativas, o Governo dos Estados, e povo
simplesmente não vota? No ano passado, não houve eleição neste País. Houve uma
rejeição à classe política, a ponto de algumas urnas da Capital do Rio Grande,
e o Rio Grande do Sul é considerado um dos Estados mais politizados do País, em
que 75 a 80% dos eleitores simplesmente compareceram e não votaram em ninguém.
Voto em branco. É o descaso do povo brasileiro com a classe política. Aí
digamos que ela tenha sua culpa ou é vitima de um grande processo histórico dos
grandes empresários e dos meios de comunicação, que não gostam de ouvir certas
vozes e argumentos. Aí, vem a classe trabalhadora por sua liderança sindical, e
organiza greve geral. O que fez o povo? Virou as costas para a greve. Não houve
receptividade por parte do povo brasileiro. Grandes e poderosas centrais
sindicais, inclusive, não entraram na greve, e assistimos à dolorosa acusação
de um líder sindical a outro, qualificando-o de canalha por não ter aderido à
greve. Então, o que quer o povo brasileiro, o que passa na cabeça desse povo,
nesse momento? Vivemos um dos momentos mais dramáticos da história deste País,
há o esvaziamento do poder aquisitivo, não há mais construção de moradia
popular; não há geração de novos empregos; a Previdência Social está
definitivamente desmoralizada, desintegrada pela roubalheira; a Justiça, não se
faz mais justiça neste País! Há pouco tempo comentei desta tribuna o fato de um
cidadão, embriagado, dirigindo um caminhão, atropelou e matou 14 pessoas, de
uma só vez, ali junto a cidade de Eldorado. Quatorze pessoas morreram esmagadas
no leito da rodovia ou dentro dos seus automóveis! Esse cidadão foi ouvido,
identificado e liberado! Mas, por outro lado, aqueles quatro colonos continuam
no Presídio Central de Porto Alegre, porque são colonos sem-terra, porque não
têm lugar para plantar, para produzir, num Estado agrícola.
Estou fazendo, Ver. Ferri, esse
tipo de observação para, depois, retornar à questão dos Municipários.
O Sr. Omar Ferri: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª trouxe ao
Plenário a lembrança do fato em que um motorista bêbado causou um acidente e
vitimou 14 pessoas. Apenas solicitei este aparte para lembrar como a Justiça é
paradoxal e contraditória. Se um cidadão pega a direção de um carro,
embriagado, o homicídio que ele pratica, no caso de existirem vítimas, é
homicídio doloso, em função do dolo eventual. V. Exª deve-se lembrar, nos
tempos de faculdade, líamos os tratadistas, e relativamente ao dolo eventual
diziam que quem arrisca, quer. Então, aquele cidadão não poderia dirigir porque
se encontrava embriagado, porque não é uma embriagues fortuita. Disse, no
início, que a Justiça é paradoxal porque há questão de 10 ou 15 anos passados
um cidadão chamado Gentil Lima, que embriagado levava pessoas do centro de
Passo Fundo para um estádio de futebol, fez uma curva mal-feita, em excesso de
velocidade, e vitimou uma criancinha. Foi condenado pelo júri a 8 ou 9 anos de
prisão e foi para a cadeia. Esse é um dos poucos casos da Justiça do Rio Grande
do Sul de ter condenado alguém que tenha sido responsável por acidente de
veículo com vítima.
O SR. DILAMAR
MACHADO: Obrigado, eu agradeço a V. Exª e eu diria mais,
Ver. Ferri, no caso deste cidadão, que não sei quem é, não sei o nome dele,
apenas li as notícias dos jornais, o enquadramento é de homicídio culposo, e o
Ver. Ferri lembra do nosso Código Penal, ele vai ser julgado por um Juiz
singular, e a pena que ele vai receber é de um a três anos. Naturalmente se ele
for primário, de bons antecedentes, ele vai acabar pegando um ano, um ano e
oito meses, recebe a suspensão condicional da pena e não vai para a cadeia. Eu
também não quero ninguém na cadeia, não é essa a questão. Só fiz a comparação
entre os dois casos para ver que o povo brasileiro não acredita na Justiça.
O Deputado José Antônio Daudt não
morreu, Srs. Vereadores, não morreu, aquilo foi uma criação da mídia. Ele não
recebeu duas cargas de chumbo no rosto, não foi brutalmente assassinado, porque
o colendo Tribunal de Justiça do Estado, há poucos dias, resolveu arquivar o
caso Daudt, conseqüentemente, quem o matou deve estar por aí rindo da sociedade
e até dos eleitores que não votaram no ano passado.
Mas eu retorno à questão do
Município de Porto Alegre e faço um apelo, mais uma vez, à Bancada do Partido
dos Trabalhadores, ao companheiro Clovis Ilgenfritz, quando votamos
quinta-feira o Parecer da Comissão de Justiça, havia um Requerimento do Ver.
Clóvis Brum no sentido de que fosse convocado o Prefeito. Eu, inclusive pedi ao
Ver. Clóvis Brum que retirasse a palavra “convocação”, não era o momento. Vamos
convidar o Prefeito e esse convite foi feito e eu recebi sinal dos companheiros
do PT de que hoje o Sr. Olívio Dutra estaria aqui, foi a informação que recebi,
e, hoje, seria um dia excelente para o Prefeito vir aqui, exatamente no momento
em que suspensa a greve, declarado o estado de greve, as relações entre os
municipários e o Executivo estão na estaca zero e a folha de pagamento sai
amanhã. É preciso encontrar uma saída digna para os municipários. E eu diria,
embora abrindo mão do mais importante instrumento de luta da classe
trabalhadora, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, por sua Direção,
saiu desse movimento de 17 dias com dignidade. Saiu por cima.
Agora, é obrigação nossa como
Vereadores, independente de Partido, de posição política, desde que tenhamos
consciência de que nós devemos defender os interesses de quem trabalha neste
País, de buscar uma solução junto ao Poder Executivo. Não podemos criar uma
Comissão Externa para ir lá. Eu estava pensando em requerer uma Comissão
Externa para ir lá, aí vai aparecer uma Comissão Permanente das Relações com o
Prefeito e vai recorrer contra o meu Requerimento. Deve haver uma Comissão
Permanente nesta Casa que hoje está tão senhora das suas comissões que deve
tratar da questão salarial dos municipários. Que Comissão é essa? Será de
Justiça, Defesa do Consumidor, de Saúde, do Serviço Público? Onde se enquadra a
questão salarial dos municipários? Onde estão as nossas Comissões Permanentes
que nem uma delas se manifesta junto à Casa e ao Poder Executivo? Então, o que
posso fazer, mais uma vez, é apelar aos companheiros do Partido dos
Trabalhadores. Tragam o Sr. Olívio Dutra a este Plenário, o Secretário Verle, o
Secretário Buchabqui, vamos convidar o Presidente Ribas do SIMPA, sua Direção,
e vamos discutir aqui aberta e civilizadamente o que é possível a Prefeitura
fazer, é dar agora 24, 25, 27, 30% e o restante como puder dar, sem ferir o
direito da bimestralidade.
O Sr. Clovis
Ilgenfritz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Só para dizer a V. Exª que estamos considerando mais uma vez a sua
solicitação. Temos certeza que o Prefeito tem o maior interesse de vir aqui, o
Gabinete está reunido, está deliberando qual é o momento em que a Câmara poderá
recebê-los. Conversando com o Ver. Antonio Hohlfeldt, vimos que algumas datas
estavam preenchidas, amanhã e quarta-feira, quinta é feriado, por isto apareceu
a data de sexta como uma data razoável. Agora, nada obsta de que ele venha
antes.
O SR. DILAMAR
MACHADO: Eu diria mais, Ver. Clovis Ilgenfritz, agradecendo
a informação de Vossa Excelência. Reconheço, o Ver. Antonio Hohlfeldt estava me
explicando que ele é que estava pensando na sexta-feira, pelas razões que V.
Exª apresenta. Mas quinta-feira é feriado, conseqüentemente, é complicado na
sexta-feira.
Eu diria, falo em meu nome e acho
que falo em nome de todos os Vereadores da Casa, com esta proposta, se o
Prefeito Olívio Dutra quiser vir amanhã discutir conosco e se nós tivermos que
fazer uma Sessão noturna para discutir esta questão, Ver. Dib, Ver. Vicente,
Ver. Ferri, nós vamos fazer uma Sessão noturna. Nós começamos às 14 horas,
depois parece que tem uma Solene, Presidente. Quem sabe nós começamos às 6
horas, depois da Solene de amanhã? Vamos permanecer todos aqui. Está esgotado o
meu tempo, se a Mesa permitir, eu dou um aparte ao Ver. Vicente Dutra.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa dá mais 30 segundos a V. Exª, e confirma, às 17 horas de amanhã,
uma Sessão Solene da entrega dos títulos de Cidadão Emérito.
O Sr. Vicente Dutra: Vereador, só para colaborar com V. Exª, eu diria, até me permite V.
Exª, se o Prefeito dissesse, agora, neste momento, que gostaria de ter um
contato com os Vereadores, hoje, poderíamos fazer a Sessão hoje à noite, ou
agora mesmo, porque esse é um assunto muito importante para a classe municipária.
Em qualquer horário os Vereadores estarão aqui.
O SR. DILAMAR
MACHADO: Eu agradeço pela atenção do Vereador-Presidente. E
fica a proposta, hoje, amanhã à noite, quarta-feira à noite. A hora em que o
Prefeito possa vir, nós estaremos à disposição, nós temos é que desangustiar
(sic) a classe municipária, que está bem na sua luta, mas está terrivelmente
angustiada e prejudicada no seu fim de mês. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quando o Ver. Dilamar Machado
apresentou um Requerimento de audiência da Comissão de Justiça, para o
não-cumprimento de duas leis municipais denunciado o não-cumprimento pelo
SIMPA, nós posteriormente protocolamos um Requerimento de convocação do
Prefeito. E aí surgem aqueles fatos, Ver. Gregol. Bem feito para mim que
acreditei no cavalheirismo, deveria ter deixado a palavra “convocação”. Fomos
substituir por “convite”, para sermos cavalheiros, uma ponderação que eu acho
justa, ponderada pela Bancada do PT, Ver. João Motta, Ver. Clovis Ilgenfritz,
para que substituíssemos a palavra “convocação” por “convite”. Isso foi
aprovado sexta-feira, hoje é segunda-feita, o Prefeito já está na Cidade, não
houve nenhuma boa vontade por parte do Prefeito de procurar imediatamente o
Presidente da Casa para agendar essa audiência. Por incrível que pareça, Srs.
Vereadores, o Vereador-Presidente da Casa teve que determinar que a Diretora
Geral, que a essas alturas dos acontecimentos eu até suponho que a Diretora
Geral deva estar esperando uma chance, no “hall” de espera do Gabinete do
Prefeito, para poder falar com o Prefeito. O Ver. Antonio Hohlfeldt informou
que a Diretora Geral estava no Gabinete do Prefeito, tentando agendar o quanto
antes a vinda do Prefeito à Câmara de Vereadores. Pelo visto, às 17 horas, o
Prefeito não pôde atender ainda, não é a Diretora Geral da Casa, não é a
funcionária da Casa, já é a própria Câmara. Porque, se o Presidente delegou a
Srª Diretora Geral que fizesse este contato, é a representação da Presidência
da Câmara de Vereadores. Eu só lamento que, até agora, o Prefeito não tenha
tomado a iniciativa de se desincumbir de uma missão decorrente da Lei Orgânica
do Município. O convite é um termo cavalheiro, porque, na verdade, a Câmara
aprovou foi o comparecimento do Prefeito na Casa. Só que está aguardando que o
Prefeito, até pela gravidade do assunto, agendasse. Nós imaginávamos, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, que o Prefeito estaria na primeira hora da tarde,
nesta Casa. Todos os Prefeitos que passaram por esta Cidade, que eu lembre,
tomaram esta iniciativa.
Mas, Ver. Dilamar Machado, eu
queria lembrar a V. Exª que um passarinho pousou no meu ombro e me disse uma
frase: “acho que o Olívio não vem”. E eu disse: “Aposto que ele vem”. E o
passarinho voou para o Palácio do Município. O passarinho muito maldoso me
confidenciou: “acho que o Prefeito não vem”. Eu achei uma temeridade e um
desaforo do passarinho. Eu achei uma prepotência desta pequenina ave. Mas eu
disse a este pássaro que eu apostava que o Prefeito viria, porque, se ele não
vier, Ver. Vicente Dutra, ele vai comparecer por convocação. E, aí, quem vai
marcar a data vai ser a Casa. E ele que tente não comparecer. Eu acho que é um
gesto de grosseria, porque, até agora, 17 horas, todo o dia na Prefeitura, não
procurou o Presidente da Casa para agendar esta vinda, que é obrigação dele,
não é favor. Só tem uma coisa, ele vem. Eu nunca vi nenhum Prefeito, Ver.
Vicente Dutra, ser tão indelicado, querer ser tão realista de querer governar
esta Cidade sem o Legislativo.
Há pouco ainda se aprovou aqui,
no cochilo das nossas responsabilidades, dois pedidos do PT: urgência para o
aditamento de verbas, suplementação de recursos orçamentários. A Câmara tem dado
tudo ao Prefeito, e ele não tem dado sequer a atenção que a Casa merece. O
convite não é do Ver. Clóvis Brum, é da Câmara de Porto Alegre, não é do Ver.
Dilamar Machado, é da Câmara de Porto Alegre. Eu imaginava que o Prefeito já
tinha agendado com os Vereadores da Casa e, infelizmente, tem que estar a nossa
Diretora Geral aguardando – e se conseguiu entrar no prédio da Prefeitura já
foi um grande avanço – que o Prefeito agende esse compromisso, quando deveria
ser obrigação. Lamento, sinceramente.
É o primeiro ato de antagonismo a
esta Casa. E o Prefeito que se cuide, pois se ele quer ser antagônico também
saberemos ser antagônicos. Se ele não quer cumprir a Lei Orgânica do Município,
esta mesma Lei dispõe sobre o impeachement. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Presidência volta a informar o que já foi avisado anteriormente,
tendo em vista a manifestação do Ver. Clóvis Brum, que o Prefeito Municipal
retornou ao meio-dia de Brasília e a informação que nós temos é de que, à tarde,
havia uma reunião da Associação de Prefeitos da Grande Porto Alegre. A Drª
Sônia, Diretora da Casa, já tinha agendado às 17 horas com o Prefeito.
Portanto, ela não estava esperando, ela marcou para as 17 horas.
Com a palavra o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sensibilidade, dignidade, seriedade e
paciência. Paciência eu tenho, sensibilidade, dignidade e seriedade todos nós
temos que ter. E a Câmara, além destas virtudes, ainda tem a da magnanimidade.
Eu disse que tenho paciência, Sr. Presidente, porque o Projeto de Lei que leva
o nº 001, este ano, é o que dispõe sobre despesas com pessoal. Eu tenho
paciência. Primeiro, porque um Vereador desta Casa disse que eu havia copiado o
seu Projeto de Lei. E eu havia dito nesta tribuna que na escola onde ele está
estudando eu fui aposentado como catedrático, e não deixo por menos do que
isso. Estou repetindo agora porque a Comissão de Justiça disse que eu tinha
razão e que eu não havia copiado nada de ninguém, muito menos do aluno esse.
Mas eu também tenho paciência,
Sr. Presidente, porque amanhã pretendo que a Comissão de Justiça diga que o
Projeto pode ser votado, porque independe daquela Ação Judicial, entendo eu,
porque é um outro Projeto, que não é o do Prefeito, que é a iniciativa de um
Vereador, mas que a Casa entendeu por sustar por algum tempo. Espero que amanhã
a Comissão de Justiça dê o Parecer também favorável, dizendo que pode ser
votado. E nós vamos colocar as coisas nos seus devidos termos nesta Cidade. Nós
vamos deixar aquela fantasia de 104, 107, 95, 99, 75. E quando nós já tivermos
aqui, eu pelo menos, ouvido o Secretário da Fazenda, que os gastos com pessoal,
nos últimos 12 meses até novembro, a média era 62%, depois subiu para 74%.
O Sr. Clóvis Brum: Eu gostaria de um aparte, Ver. João Dib. (Assentimento do orador.) É,
na verdade, numa das ultimas reuniões da Comissão de Justiça, esse assunto do
Projeto de V. Exª foi objeto de uma rápida discussão, e, na ocasião, eu
defendia que, efetivamente, nada tem a ver um projeto de origem legislativa com
um projeto de origem do Executivo, que tem número próprio, protocolo próprio, e
que foi sustada a sua tramitação por uma decisão judicial. O que não ocorre em
momento algum com o Projeto de Vossa Excelência. Essa foi uma posição que eu
firmei na Comissão de Justiça, no sentido de votar o quanto antes a matéria
proposta por Vossa Excelência.
O SR. JOÃO DIB: Sou grato ao aparte de V. Exª, mas, Sr. Presidente, magnanimidade tem
esta Casa, e aqui eu coloco uma questão para a Presidência: eu formulei uma
questão aqui em razão de um Pedido de Informação do Prefeito. Aquele Ginásio
Tesourinha foi cedido, dado, alugado, presenteado, mas com grande promoção para
a Administração Popular, através de um Decreto, informou o Prefeito. Apenas o
período de validade da cedência era de 20 de fevereiro até 10 de março, e o
Decreto do Prefeito foi publicado no dia 11 de março. E a Comissão de Justiça
diz aqui: (Lê.) “Tem procedência a Questão de Ordem, dado o Ato Jurídico
(Decreto) só foi publicado no dia 11 de março, já encerrado o evento, e se deu
em data de 10 de março de 1991. Logo, em conseqüência, resta recomendar ao Sr.
Prefeito zelo na observância dos atos administrativos nos exatos princípios da
legalidade, sob pena de responsabilidade por desvio ou abuso do poder.”
Eu gostaria que a Mesa me
informasse se o Prefeito vai receber um documento desta Casa nos termos que
aqui está colocado. Mas, magnanimidade nós tivemos também no passado quando, há
um ano atrás, nós advertimos o Prefeito, também por uma Questão de Ordem por
mim formulada, de que ele estava cobrando indevidamente as tarifas do Departamento Municipal de Água e Esgotos
– DMAE –, e a coisa passou desapercebida, nem a população ficou sabendo. Na
verdade, recebido o documento, se é que ele recebeu, não sei, ele deveria
devolver o dinheiro que foi cobrado a mais. Mas, magnanimidade nossa, a mesma
magnanimidade que tivemos com os Vereadores do PT, transformando a convocação
em convite. Não faz diferença para mim se é convite, convocação ou até
determinação, seja lá o que for, não faz diferença, porque sensibilidade,
dignidade, seriedade fariam com que ele aqui estivesse hoje, independente de
convocação, por convite ou qualquer telefonema, porque ele tem aqui o seu
representante que levou até ele, tenho absoluta certeza, a colocação da Câmara
Municipal que, por apelo de todos, integrantes do PT, transformou a convocação
que seria, talvez, um pouco pejorativa para o Prefeito, transformou em convite.
Mas sensibilidade, dignidade e seriedade terá o Prefeito se cumprir a Lei da
Bimestralidade.
Ele discutiu com os municipários,
não chegaram a uma conclusão. Os municipários confirmam ou confiam que a Câmara
deve encontrar uma solução; e o Prefeito está tardando, ele deveria estar aqui,
talvez hoje à noite ou às 8 horas da manhã. Esta Lei da Bimestralidade, ele não
precisa da assembléia dos municipários ou de ninguém. É uma decisão dele, ele
manda pagar os cheques, no mínimo com os 17%, que ele disse que foi a
bimestralidade. Bimestralidade que foi diferente para o DMAE, mas não importa,
ele cumprirá a Lei se ele tiver dignidade, seriedade e sensibilidade,
especialmente sensibilidade. Porque o Ver. Omar Ferri fez um belíssimo Parecer
e eu destaquei, no momento da votação, apenas duas frases e o resto pode ser
jogado fora: “Ao Prefeito cabe cumprir a Lei e os Vereadores têm a obrigação de
fiscalizar o cumprimento da mesma.” E aí encerrariam todas as nossas
preocupações, aí nós seríamos magnânimos também fazendo cumprir a lei; e aqui o
Parecer é claro, não deixa dúvida, o Prefeito deve aos Municipários os 87%. É a
Câmara que disse, na sua Comissão de Justiça, e que, neste Plenário, por 20
votos contra 6, foi aprovado. É a Casa que agora tem que ter sensibilidade,
dignidade e seriedade, ou rasgamos tudo que foi feito ou honramos as nossas
posições. E para que se tenha presente o que aconteceu quinta-feira, à tarde,
tínhamos 17 ou 18 Vereadores, 4 do PDS, a maioria do PDT, o Presidente da Casa,
e quando souberam que iríamos votar, de qualquer maneira, com os 17 Vereadores,
foi aumentando, e em pouco tempo já eram 27 Vereadores. E o PT, que havia se
negado a participar das duas Sessões, quarta e quinta-feira, começou a
comparecer, colocou 5 Vereadores no Plenário, e houve um momento em que o Ver.
Lauro, que agora não está presente, se retirou do Plenário para que não desse o
“quorum”, mas aí o Ver. Ferri entrou, completando os 17 Vereadores novamente,
caso contrário a Sessão teria sido suspensa. Então, eles vieram ao Plenário
para pedir que nós não votássemos naquele dia, e sim na sexta-feira, e que não
convocássemos, e sim convidássemos ao Prefeito. Assim nós concordamos que fosse
um convite, mas também por 20 votos dissemos, por absoluta maioria, que o
Prefeito tem que pagar o que deve aos municipários; lei é lei, e deve ser cumprida.
Lembro que, ano passado, quando
pedi o impeachment do Prefeito, por não cumprir a lei, porque ele
precisava de 60 milhões para o pagamento do funcionalismo no mês de janeiro, eu
provei que ele tinha 107 milhões no over e open, até porque os
caminhos desta vida são estranhos, e, de repente, caiu nas minhas mãos um papel
em que a Prefeitura tinha no open e over, no Banco do Estado de
São Paulo, uma quantia enorme, um amigo meu recebeu, por equívoco, aquela nota
da Prefeitura. E eu fiquei sabendo que realmente tinha o dinheiro. Antes que
esta Casa recebesse o meu pedido, na Rádio Gaúcha, o Presidente desta Casa,
Ver. Valdir Fraga, e o Ver. Dilamar Machado já me criticavam porque eu estava
pedindo o impeachment do Prefeito. Não. Eu não queria que o Prefeito
fosse afastado, eu queria que ele soubesse que esta Câmara tem dignidade
bastante, que esta Câmara tem competência e que ele não governa sozinho, que
ele tem que fazer as coisas harmonicamente com o outro poder que se instala no Município.
Eu queria apenas que ele soubesse isso, mas a Câmara não me deu a oportunidade,
e daí em diante nós passamos a ser pisoteados. Alguns dos servidores que aqui
estão devem lembrar que, no dia do IPTU, o Dr. Tarso Genro estava eufórico,
conversando com todos, gentil, trocando aperto de mão para que se votasse
aquilo que interessa ao Município. Como agora já pedimos urgência para
suplementações... Eu já vou alertar que aquela suplementação de 300 milhões em
que se suplementa estagiários e cartas-contrato, eu vou pedir que esta Casa
vote contrariamente assim como eu vou votar contrário, por seriedade, por
responsabilidade.
Então, nós temos nos deixado
levar pelo Sr. Prefeito, que na presença de quatro Vereadores disse que a
última palavra é dele, quando desrespeitava uma lei própria, assinada por ele,
produzida por ele. Nós temos que saber que nós não viemos aqui para votar
Sessões Solenes – e como tem Sessões Solenes nesta Casa! Nós viemos aqui para
transformar problemas em soluções e para isso nós temos que ter sensibilidade,
nós temos que ter paciência, mas, principalmente, responsabilidade. Nós votamos
leis e o Prefeito é obrigado a cumpri-las; e nós, por 20 votos contra 6,
dissemos que ele tinha que cumprir. E houve, até, a insinuação de que por não terem
sido distribuídos os avulsos, com 48 horas de antecedência na sexta-feira,
poderia ser pedida renovação de votação ou anulação do que havia acontecido. E
eu alertava a Liderança do PT: se fizerem isso, hoje perderam por 20 a 6, vão
perder por 23 a 9. Só falta o Presidente – este não vota. Inteligentemente a
Liderança do PT entendeu de não fazer uma renovação ou anulação, pois um fato
correto, ou seja, um Requerimento do Ver. Dilamar Machado, que levamos muito
tempo para votar – do dia 7 ao dia 23 – foi muito tempo, mas foi votado e,
agora, deve ser respeitado. Se não fizermos valer a lei, se não respeitarmos os
nossos votos, é melhor que tomemos as nossas coisas e vamos para as nossas
casas, porque daí não estamos representando o povo de Porto Alegre. Estaremos
representando, talvez, interesses do Executivo Municipal, porque todas vezes em
que ele nos pede, temos atendido.
O Sr. Vicente Dutra: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª informa que
o exame da matéria demorou muito tempo. Isso foi propositadamente, a fim de que
não parecesse ao Sr. Prefeito Municipal que a Câmara, em particular a CJR
estaria colocando-o contra a parede. Foi examinada com calma, com três
Pareceres: dois técnicos e dois de Vereadores. Foi um exame aprofundado, a fim
de que uma matéria dessa importância não pudesse ser tomada como matéria de
pressão ao Sr. Prefeito Municipal. Isso é algo que deve ser destacado de modo
positivo, no sentido de termos um bom entendimento com o Executivo, quer dizer,
funcionar harmonicamente com o Executivo. Não queremos colocar o Sr. Prefeito
contra a parede, absolutamente. Essa é a decisão, e posso falar pela Comissão
de Justiça e Redação. Tenho certeza de que a Casa assim também pensa. Agora, no
momento em que o Sr. Prefeito não aceita vir conversar com os Vereadores,
deixa-nos mal, pois agimos com lisura, dentro do princípio de harmonia. Se ele
não quiser corresponder com isso, vamos ter de buscar outras medidas.
O SR. JOÃO DIB: Agradeço pelo aparte. Não tive nenhum objetivo de criticar a ação da
CJR da Casa, apenas ressalto que houve muito tempo e todas as vezes que
tentaram falar com o Sr. Prefeito, eu sei, sei, sim, ele não se dignou. Por
isso que disse que deveria haver sensibilidade. Parece-me que do lado de lá não
há nenhuma. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Dib, tão logo a Mesa receba o Processo de volta, fará a
correspondência necessária ao Executivo, como de resto já orientou à Diretoria
Administrativa para fazê-lo também em relação à posição adotada, pela Comissão
de Justiça e Plenário, sobre a manifestação do Sindicato dos Municipários de
Porto Alegre. A Mesa tem cumprido, Ver. Dib, estritamente aquilo que lhe
compete. Nós tivemos dois dias de paralisação dos senhores funcionários, votamos
na quinta-feira. Esta questão que V. Exª mencionou foi recebida pela Mesa na
sexta-feira, de maneira que passamos a V. Exª para ciência, posteriormente
retornando à Diretoria Administrativa para a correspondência respectiva.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu devo dizer, depois da explicação que V. Exª dá, que
eu apenas perguntei, não vai nisso nenhuma crítica.
O SR. PRESIDENTE: Nem a Mesa recolheu como tal, a Mesa apenas dá ciência a V. Exª, que
pela ordem da tramitação caberia a V. Exª ciência do Processo que recebeu, dois
ou três Processos de diferentes questões. Cientificado V. Exª, manda-se para o
arquivamento ou para as medidas cabíveis, no caso desta questão específica, a
correspondência respectiva ao Executivo.
O SR. VICENTE DUTRA
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, requeiro, para após o
pronunciamento do Ver. Giovani Gregol, verificação de “quorum”.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acolhe a Questão de Ordem de Vossa Excelência. Com a palavra o
Ver. Giovani Gregol.
O SR. GIOVANI GREGOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, poucos infelizmente, que ainda
permanecem ao final desta Sessão; nossos visitantes e convidados, inclusive o
Presidente do Sindicato dos Funcionários, funcionários, eu não resisto a
tentação de fazer uma breve manifestação que a citação do Ver. Clóvis Brum,
ornitológica, pois foi uma manifestação sobre passarinhos, me lembrou aquele
célebre filme do mestre Pasolini: “Gaviões e Passarinhos”. Mas é uma grande e
enorme inverdade que se tenta aqui fazer passar, mas nós estamos atentos, que o
Executivo Municipal não respeita a classe e a categoria dos trabalhadores
municipais e que não respeita esta Casa. Os fatos demonstram exatamente o
contrário, senão, vejamos: nós, Administração Popular, nós, Partido dos
Trabalhadores, sempre reconhecemos o direito sagrado que todos os trabalhadores
têm de lutar pelos seus direitos, inclusive recorrendo ao recurso da greve,
inclusive os trabalhadores do Brasil recorreram à Greve Geral na semana
passada, a qual o Ver. João Dib não aderiu,
pelo contrário, lutou contra, mas esqueceu, deve ter sido meramente um
esquecimento temporário de V. Exª, quando disse que os Vereadores do PT negaram
o “quorum” aqui, no Plenário, para não votar matéria que prejudicaria, ou que
seria contrária ao interesse da Administração. Absolutamente, Vereador, nós
estávamos participando da Greve Geral, porque nós somos coerentes, nós não
somos de vir aqui apoiar a greve no discurso, e também nós não somos de
aplaudir a repressão aos movimentos dos trabalhadores, então nós seríamos os
últimos a negar este direito. Da mesma forma não houve repressão alguma à greve
dos municipários, o Sr. Prefeito compareceu a uma assembléia da categoria e foi
aplaudido amplamente. Vejam só, então foi ao menos aplaudido por muita gente.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Giovani Gregol, solicito a V. Exª que interrompa, eu faço um apelo
às galerias que o Regimento não permite manifestação da mesma aos
pronunciamentos dos Srs. Vereadores.
O SR. GIOVANI GREGOL: Então, vejam bem, isso não configura, podem forçar, podem fazer
discurso de Plenário, usar recursos, figuras de passarinhos, de que quiserem,
mas não configura uma situação radicalizada, não se configura uma greve
selvagem, prova está, ao contrário da greve dos professores estaduais que durou
70 e tantos dias, a greve durou 17 dias e se auto-decretou a categoria em
assembléia legítima a sua finalização e voltaram ao trabalho. Aliás, se os
Vereadores se derem ao trabalho, ao invés de fazerem discurso, e examinar a
última proposta que a categoria municipária apresentou e a última proposta do
Executivo Municipal que está mantida vão ver que as diferenças são mínimas, que
o acordo dura até maio do ano que vem, que é a proposta do Executivo, ou até
dezembro. A questão dos dias parados que o Executivo está dizendo que vai
descontar, mas eu acho que em toda a greve tradicional, e nós fizemos inúmeras
greves, certamente fará parte da negociação. Então eu não vejo, se houvesse
esse desrespeito que alguns Vereadores pintam com cores fortes, naturalmente
exagerando, não seriam essas as relações, e absolutamente não existe essa
intenção, essa pretensão do Executivo Municipal de não tratar com respeito esta
Casa, que sempre foi tratada pelo Sr. Prefeito, que aqui esteve inúmeras vezes,
nestes dois anos e meio, convocado, convidado, e aqui ficou à disposição dos
Srs. Vereadores por horas seguidas, dando explicações.
Então fico preocupado, quem não
tem muito argumento tem que inventar uma tempestade no copo d’água, que o
Prefeito está descumprindo, que o Prefeito isto e aquilo. Agora, o Ver. João
Dib, ele diz que agora, Ver. Clóvis Brum, que agora, sim, o Prefeito está
desrespeitando. O Ver. João Dib diz que tem paciência, mas há um ano quando
pediu o impeachment do Olívio, por uma questiúncula que a Casa denegou
por maioria, ele não teve esta paciência.
Então, eu acho que existe muito
de político, de interesse por trás desta aparência de beneficiar uma classe
municipária, existe a intenção de ganhar votos com isto, aparecer na mídia e
desgastar uma Prefeitura, que é de administração progressista sim, que é de
esquerda, ideologia da qual discorda o Ver. João Dib e outros Vereadores desta
Casa. Aliás, quando era Prefeito o Ver. João Dib, quando foi Alceu Collares,
não era assim não minha gente. Era greve e pau. Era repressão nos trabalhadores.
Os municipários devem lembrar que não havia greve porque era Ditadura Militar.
A lei que V. Exª, Ver. João Dib, diz tanto defender não defendeu a principal
que foi a manutenção do regime constitucional do País, porque houve um golpe
militar que V. Exª e seu Partido apoiou.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Giovani Gregol, a Mesa interrompe o seu discurso e solicita ao
Ver. Dib o respeito ao Regimento Interno, pois está dando aparte
anti-regimental.
O SR. GIOVANI GREGOL: Vou pedir, Sr. Presidente, que me desconte o tempo.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Giovani Gregol não precisa ensinar a Presidência, se V. Exª olhar
o relógio, verificará que o tempo está parado. A Mesa pede que V. Exª cumpra o
Regimento, respeitando o tempo regimental, encerrando o seu discurso dentro de
trinta segundos, a partir do que cortaremos o seu som.
O SR. GIOVANI GREGOL: Muito obrigado, Sr. Presidente.
Então, que alguns querem ser os
paladinos da Justiça e da lei, mas apoiaram o regime militar que passou por
cima das leis e, inclusive, dos corpos das pessoas, como as do meu Partido, por exemplo, rasgaram os corpos de quem
defendia a lei.
Então, acho que um pouco mais de
paciência, Ver. Dib, e um pouquinho mais de olhar ao passado, e não se fazer
aqui de super paladino - uma coisa que não temos consciência de fazer.
Respeitamos os trabalhadores e os ouviremos no momento adequado para prestar
esclarecimentos. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa constata a inexistência de “quorum” para continuidade da Sessão.
Estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 17h30min.)
* * * * *